03.10.07
É constrangedor ver o FCP a jogar. Já o tinha sido na semana passada contra o Fátima, foi-o hoje.
O balneário parece sólido, se ao menos o treinador fosse melhor... Não consigo perceber Jesualdo. Quando Tarik joga bem, quando é o melhor em campo tira-o ao intervalo, hoje deixou-o durante mais 15 minutos na 2ª parte. Enfim...
Para dizer a verdade, não vi muito da segunda parte, foi intermitente. Estava-me a dar gozo ver uma equipa a jogar à bola. O S. Donetsk, entenda-se.
Há dois meses o Benfica tinha a melhor equipa dos últimos anos, hoje...fosse Fernando Santos, e os lenços já se tinham tornado em lençóis.
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publicado por wherewego às 21:45

Acorda.
São seis da manhã, ainda falta meia hora para o despertador tocar, a bexiga antecipou o acordar.
Levanta-se e vai até à casa de banho ainda com algumas sensações e imagens do sonho que foi interrompido. Faz um esforço para tentar montar o puzzle onírico.

Ele e a namorada. Visitam alguém, mas depois a namorada desaparece de cena.
Há uma rapariga familiar, lembra-se de um desejo de a rever e falar com ela. Fez-lhe um convite para beber um café, convite que ela aceitou.
Encontram-se numa rua apinhada de cafés, por alguma razão, invisível, não conseguem entrar em nenhum. Chove, e os cafés encontravam-se abertos, todos eles. Correm para o carro (de quem é o carro?). Entram, mas ela vai para a parte de trás, entram três gigantes abrutalhados e preenchem os lugares que faltam.
Sorriem, falam, dão-lhe pequenos estalos, sente-se avisado, mas não sabe de que é que o estão a avisar.
Ela, lá atrás, ri, não é um sorriso, é uma risada.


E foi quando acordou. Gosta de tentar relembrar-se dos sonhos, sabendo que adormecido os sonhos fazem mais sentido do que quando está acordado. Há um universo de leis que são obedecidas quando se está dormindo. Quando se acorda nem tudo faz sentido, ou quase nada.
Sabe que à noite a maior parte destes pormenores ter-se-ão perdido no seu inconsciente.
Deita-se novamente, afinal ainda falta meia hora até ao despertador tocar. Sabe que dificilmente adormecerá. Tem o vago desejo de reecontrar os caminhos do sonho, espera uma sequela ou repetição do mesmo.
Lembra-se de em criança ter um sonho recursivo e repetido. O sonho, de que não se lembra claramente, era uma repetição de algo anormal, e que ao mesmo tempo, e se calhar por isso mesmo, lhe metia medo. Lembra-se de com seis ou sete anos acordar lavado em suor, e com medo de voltar a fechar os olhos.
Agora que pensa nisso lembra-se de sonhos em que queria correr e não conseguia. Por mais que tentasse o corpo só obedecia em câmara lenta. Ninguém corria atrás dele, ele não fugia de nada ou ninguém, mas a angústia de não andar normalmente, a angústia de esforçar todo o corpo e os músculos para dar um passo normalmente. Lembra-se de acordar extenuado e dorido.
Levanta-se com o toque do despertador, não adormeceu sequer.

Sente-se nostálgico, e atribui a culpa ao sonho. Como é possível sentir-se nostálgico por alguém que não reconheceu? Por alguém sonhado? Estará o seu subconsciente a transmitir-lhe alguma mensagem?
Durante todo o dia sente-se incompleto. Se há coisa que o aborrece é não saber dar nome a alguém, ou situar alguém, passa largos minutos a tentar descobrir de que filme conhece aquele actor, de onde conhece aquela pessoa que lhe sorriu e perguntou como ia. Hoje é o sonho que o inquieta.
Tenta fazer um inventário de namoradas, paixões e platonices parecidas.
Vai de autocarro a pensar nelas. Janta com a namorada e dá-lhe menos atenção que habitualmente. Ela pergunta-lhe o que se passa. Responde que nada e permanece ali, entre a realidade e o onírico, tentando fazer uma relação que o satisfaça.
Chega a casa e deita-se, esperando que a cama o ajude a relembrar-se de alguma coisa. Tenta fazer o exercício contrário, em vez de se lembrar das namoradas tenta relembrar-se da rapariga do sonho. Nada. Lembra-se que os olhos o marcaram, mas acha que era mais porque lhe abriam alguma porta para a memória. Volta à lista mental, nenhuma delas tem olhos que o tenham marcado especialmente.
Olhos….olhos…olh…
Adormece.

Acorda sem se lembrar de alguma experiência no império de Morfeu.
Age segundo o seu ritual. Lava-se, veste-se e mete-se no carro até ao comboio. Leva um livro que não consegue ler, a rapariga sem rosto assalta-lhe constantemente a memória.
O trabalho, naquele dia, não rende. Os colegas acham-no mais distante, menos brincalhão e concentrado do que habitualmente.
A namorada telefona-lhe à hora de almoço a perguntar como está, que não lhe telefonou de manhã. Sente preocupação na sua voz. Diz que está cheio de trabalho, desculpa-se com isso para a despachar e dizer-lhe que só a verá no dia seguinte.

Esqueceu-se da namorada nestes últimos dois dias, se não tivesse jantado com ela nenhum pensamento teria tido em que ela aparecesse.
Anda obcecado com a rapariga irreal. Como é que um sonho pode alterar a vida exterior e interior de alguém?

Passou-se uma semana.
Nesta semana comeu pouco, quase nada; discutiu fortemente com a namorada a meio da semana. Às 22h ela telefonou-lhe para saber como estava, já tinha adormecido e começara a sonhar.
Acha que estava a sonhar com a rapariga do sonho quando o toque polifónico com a música I Want you to Want me o acordou, gritou com a namorada, não lhe deu possibilidade sequer de se desculpar, ainda que não existisse razão para isso. Não voltou a sonhar, nem a falar com ela. Cada vez que o telemóvel toca ele desliga-o.

O telefone, em casa, está desligado da ficha, e o telemóvel já quase que não é ligado.
Ontem, alguns amigos estavam à porta de casa com a namorada, mal-humorado espantou-os com fel. Contou algumas verdades desconhecidas de alguns, não se importa que tenha aberto brechas no grupo, espantou-os com a sua (até aí desconhecida) hostilidade.

Vive para alguém que não conhece, que não tem existência. Não pensa na estranheza disto tudo.
Adormece e encontra o objecto da sua obsessão num sonho. Finalmente, ela sorri-lhe e rapidamente o sorriso torna-se num esgar de maldade. O corpo treme-lhe, qual corpo?
Tenta fugir, mas não consegue. Ela aproxima-se dele, que tenta fugir, mas o mais que pode é fazê-lo em câmara lenta.

Encontram-no dois dias depois, deitado, de barriga para baixo, num coma profundo, com um ar de tristeza absoluto. Não reage a nada. De vez em quando grita, por breves segundos, mas um grito que assusta quem o ouve, um grito que relembrarão toda a vida, curta ou longa que seja.

Mais valia estar morto, mas não está, está adormecido, na presença da sua obsessão por uma breve eternidade.

Pós-Título: Os Três Gigantes
Publicado no nº2 da Callema
publicado por wherewego às 13:21



Em primeiro lugar devo dizer que esta é uma das minhas séries favoritas.


Lembro-me da primeira vez que vi o primeiro episódio, desisti ao fim de alguns minutos e pensei "Tenho mais que fazer".
Umas semanas depois vi meia hora de um episódio da 2ª série, interessei- -me. Comprei a caixa da primeira série, e aproveitei a primeira metade da segunda estar à venda. Fiquei "hooked".

Da terceira série acho que tem alguns dos melhores e piores episódios de sempre. Faltou equilíbrio e algumas das opções narratológicas não me agradaram assim tanto. Quase que chorei (UAU) com o episódio em que Grey quase morre, mas ia adormecendo com o episódio seguinte em que esta tem uma experiência no além. Irrita-me um pouco a forma como George anda ali, a pairar entre as amigas, e só depois de casar encontra o seu verdadeiro amor (what a rebound relationship, uh?).
Mas, assim chegamos ao primeiro episódio da 4ª Série.

SPOILERS AHEAD (como escrevem e dizem os nossos amigos anglo-saxónicos).
A palavra-chave para o episódio é Change, e na verdade muita coisa mudou.
O grupo (com excepção de George) já faz parte do quadro do hospital.
Com o final da 3ª Série os relacionamentos entraram no seu momento decisivo.
Alex e Ava, Christina a Burke, Meredith e Derek, George, Lizzie e Torres todos conheceram o clímax (positivo ou negativo - na maior parte dos casos negativo).
Burke foi-se definitivamente embora (Isaiah Washignton foi despedido depois de chamar faggot ao seu colega de trabalho, o George da série).
George não fala com Lizzie que lhe disse que estava in love por ele, e pouco fala com a esposa, Dra. Torres, nova chefe interina do hospital. George anda sem saber o que fazer, chateado (pissed off é a expressão correcta) por ter chumbado e ser obrigado a repetir o ano de internato.
Meredith não fala com Derek, e tem agora de viver com uma meia irmã que desconhecia existir, e que faz o internato com George.
A Dra. Montgomery foi-se embora, para o spin-of Private Practice, o que deixa McSteamy mais concentrado em recuperar a amizade com Derek (há um diálogo delicioso).
Portanto, nesta 4ª série um dos atractivos será ver como os 4 amigos (mais George) reagem enquanto residentes, com internos ao seu serviço.
É que eles agora estão do lado de lá.
Alex quer ser o New nazi, Christina é...Christina, mas agora como chefe, Izzie é Izzie, sempre preocupada com os outros e acaba neste episódio a tratar de um veado (no pun intended) e Grey tenta fazer o seu melhor.
Bailey tenta ultrapassar o não ter sido escolhida como chefe.

Os momentos altos são o I Love you por piscar de olhos, o descobrir ao mesmo tempo de Grey e Derek que a irmã desta é a "Girl from the bar".
E as frases-chave são I dont want to be here e Not today. (Ficam com uma ideia geral do ambiente vivido neste primeiro episódio).

Começa em alta a 4ª série de Grey´s Anatomy.
(Amanhã - espero - Private Practice, conseguirá o spin-of de Anatomia manter-se durante muito tempo no ar?).
publicado por wherewego às 13:05

02.10.07
Falaremos nos próximos dias de...
Grey´s Anatomy
Private Practice
Big Shots
Chuck
Journeyman
K- Ville
The Big Bang Theory
Bones
Reaper

e outros.

Não necessariamente por esta ordem
publicado por wherewego às 11:55

Comprei, inicialmente para a namorada - ainda não era noiva(!), o livro de Jodi Picoult, O Décimo Círculo.
Confirmara na internet o ruído do sucesso. Bestseller em vários países procurei um livro da autora que me parecesse de temática mais difícil de abordar. Escolhi este décimo Círculo porque além do tema da violação, abordava também a temática do Inferno de Dante, daí os círculos.
Acrescente-se que Daniel, o pai da vítima, é autor de BD e o próprio livro tem dentro de si um comic book para apostar neste título. Não posso dizer que tenha saído chamuscado.
O livro é duro e cruel quando o deve ser, mas acima de tudo não trata nenhum assunto ou sentimento com paninhos quentes, não sei como serão os outros livros da autora, mas este convenceu-me.
Claro que há a noção, típica da literatura, que quanto mais desgraças acontecerem maior a libertação final para as personagens. De qualquer modo o que me convenceu foi a forma como os sentimentos são descritos, a forma como o livro é ligeiramente mais completo do que o normal, não sendo infantil. O carácter dúbio daquilo que se sente, a forma como podemos esconder a nossa personalidade e os nossos defeitos, como nos destruímos e "ressuscitamos" das cinzas, como não queremos ver a perda daqueles que amamos e a distância dos e nos relacionamentos são alguns dos temas abordados.
A ler...
(7,5 (quase oito)/10) - a arte da BD é incipiente e confusa, por vezes, e ter Lucífer de óculos escuros é simplesmente foleiro.



JP Simões é o vocalista de Belle Chase Hotel, responsável por um memorável concerto na Aula Magna e one man show por excelência, do Quinteto Tati e artista por conta próopria.
Escreveu há uns anos a Ópera do Falhado, que não li, nem vi, e editou agora, juntamente com André Carrilho, o interessantíssimo O vírus da Vida.
Pequeno livro, de curtas e mordazes narrativas, O vírus da Vida é uma crítica à actual forma de vida. Bem humorado, Jp Simões destrói a imagem feliz que temos da vida do século XXI. Pessoas que já não são capazes de viver, ainda que o tenham de fazer, sem a ajuda da tecnologia. Lê-se de uma penada, mas traz algo mais à figura artística de JP Simões. A ler.
8/10
publicado por wherewego às 11:39

O Aston Villa empatou ontem com o Totenham num jogo com 8 golos (é fazer as contas).
A vinte minutos do fim o Villa ganhava por 4-1, mas deixou-se empatar num jogo louco. Aliás, a jornada foi profíqua, já que o Portsmouth tinha ganho no sábado, num jogo que rendeu 11 golos (7-4).
Outros campeonatos...
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publicado por wherewego às 11:33

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