http://dn.sapo.pt/cronica/mostra_cronica.asp?codCronica=7719&codEdicao=1163Em primeiro lugar, devo dizer que sou contra o aborto!
A não ser que haja perigo de morte para a mãe, e pouco mais.
Sinceramente, que haja jovens que copulem à vontade, sem saber o que pode acontecer e que depois queiram fazer um aborto, horriza-me e enoja-me. Ou que tenhamos que ver, como na Sic há uns meses, uma senhora orgulhosa dos seus 10 abortos (neste caso, abria uma excepção, acho que esta senhora devia ter sido abortada à nascença, ainda que seja um aborto naquele sentido jocoso e depreciativo com que as crianças e jovens tratam aqueles de quem não gostam).
Mas...não quero neste momento dizer o que penso...
Acho que o artigo acima, publicado no DN de 12 de julho da autoria do Prof. João César das Neves é excelente.Recomendo a leitura, e deixo algumas frases. Desculpem, mas não resisto...
Fingem (os abolicionistas, os de esquerda, se partidizarmos a questão) também preocupar-se com as pessoas envolvidas no terrível drama do aborto, embora, de facto, apenas as usem como instrumento de agendas políticas.Aqueles que defendem a vida e se lhes opõem nesta luta, criaram dezenas de organizações para apoiar grávidas em dificuldades, famílias com problemas, bebés abandonados. A preocupação é com as pessoas reais. Pelo seu lado, os promotores do aborto livre limitam-se a defender valores teóricos e liberdades abstractas.
Até no campo dos princípios há fingimento. Falam da defesa da escolha, da libertação da mulher e da prioridade à saúde. Mas o que está em causa é mais uma batalha no ataque secular à família, entre várias que preparam. Partidárias da feroz regulamentação em todos os campos económico-sociais, estas forças consideram que aqui deve vigorar a mais vasta libertinagem e total irresponsabilidade. Em nome do tabu sagrado do prazer sexual sem limites.
Querem ignorar a esmagadora evidência científica que mostra, sem margem para dúvidas, que ali está já um bebé, um ser vivo com todas as potencialidades pessoais, na fase mais frágil da sua vida.
Esquecem até que houve um referendo nacional sobre o assunto. Desprezam-no por causa da abstenção, enquanto argumentam com a sua vitória retumbante em eleições europeias, que teve abstenção da mesma ordem de grandeza>.
Podia escrever mais qualquer coisa, mas acho que não vale a pena. Pensem nele, ética, religiosa e politicamente.
Pode-nos ajudar a crescer um pouco mais. A quem o deseja realmente.