Em resposta a um dos textos breves o meu primo João escreveu: Adoro finais felizes.
Em privado disse-lhe aproveita, porque não desdenho os finais menos felizes. Passo a explicar, ao ver um filme, ou ler um livro não espero sempre por um final feliz. Muitas vezes um final feliz defrauda-me. Não quero com isto dizer que gosto de ver os outros tristes ou que tenho uma tendência sado-masoquista, nada disso. Vou deixar alguns exemplos, será que Casablanca seria o filme que é se no fim as duas personagens principais ficassem juntas? Os Maias, para mim o final dos Maias é dos mais sublimes que já li, contadizendo-se correndo atrás do eléctrico as personagens fizeram-me sorrir mais do que correndo para os braços de uma mulher qualquer.
Há mais casos, Cinema Paraíso, por exemplo (falo da edição de realizador - que dura o dobro do normal, mas vale muito mais a pena).
Enfim, existem muitos exemplos e muitas razões para uma história acabar bem, mal ou pior. Não entendo que hoje os autores tenham em vista a catarsis grega, mas muitas vezes é a fuga ao cliché, o colocar-nos perante as sutuações do dia a dia que nos fazem pensar e pôr em causa o que temos por adquirido. Quem viu o Seven que não tenha passado um pouco a pensar no fim?
Enfim, sempre que escrever alguma coisa não prometo finais felizes, mas às vezes vão mesmo acontecer.