13.12.04
Por vezes sento-me e começo a escrever coisas.

Coitadas, ficam em banho maria, muitas delas, durante imenso tempo ou para sempre.

Hoje, encontri este excerto.

Fraquinho, mas mostra o que é um início...



6ª Feira 21h00

A porta fechou-se. Barulhos de passos ecoaram pelas escadas até que percorreram calmamente o espaço do prédio até ao carro. Com calma aparente o carro foi ligado e posto em andamento. Cerca de um quarto de hora depois a polícia chegava ao local.



6ª Feira 22h15

José arruma o carro a cerca de meio quarteirão de casa. Anda um pouco e é reconhecido por um vizinho. Dois polícias correm para ele e dão-lhe ordem de prisão. Não reage, nem mostra qualquer sinal de surpresa. Apático é conduzido para o carro da polícia e depois para uma pequena cela onde passa a noite.



2ª Feira

Acordo pelas seis da manhã. Deixo-me estar um pouco mais. Estico o braço e sinto o vazio. Quando será que me acostumarei à sua ausência? Ser polícia não é fácil, mas é o meu emprego e o que eu gosto de fazer. De qualquer maneira ser polícia em Portugal é muito mais seguro do que nos EUA. No entanto a mulher do polícia sofre sempre, seja num país pequeno e calmo seja numa metrópole violenta.

Mas quem sou eu para inventar desculpas para o comportamento dela ou para o meu? Não soubemos viver a nossa vida a dois, fosse pelos ciúmes mútuos, fosse pelo medo de um ou o zelo do outro. Amámo-nos, tememos o nosso amor e começámos a criar muros, dúvidas e fossos. Deixámos de ser dois num e passámos a ser um em dois. Éramos um para os outros e um para o outro.

Estranhámo-nos.

Levanto-me. O corpo dói-me todo depois de estar deitado quase 36horas seguidas. Passei o Domingo na cama, pelo simples facto de não me apetecer levantar para nada. As únicas pessoas que me apeteciam ver eram aquelas que não necessitam da nossa resposta, as da televisão. Levantei-me para mictar e beber um copo de leite. Como vivemos hoje em dia em prole dos outros. Senão fosse por eles não me levantava da cama.

Ponho água a ferver para o café. Vou à casa de banho e desfaço a barba. A Luísa gostava de me ver de bigode. Dizia que a fazia lembrar um actor qualquer. Desde que a Luísa se foi que deixei crescer um pouco mais em baixo, de modo que agora tenho pêra completa. Gosto mais assim. O telefone toca. Que toque! Nada se interpõe entre mim e a minha higiene pessoal. Não saio da casa de banho antes de estar completamente lavado.

Já vestido vou para a cozinha e faço o meu café. Forte e simples, sem açúcar.

O telefone toca outra vez. Levanto-me contragosto e atendo. Querem-me na esquadra imediatamente. Tem a ver com um suposto caso de violência doméstica na 6ª Feira. Para que raio precisarão de mim?



Tudo me lembra dela. Nunca lhe fui infiel, vistas bem as coisas nunca lhe fui fiel também. Nunca olhei para outra mulher senão ela. Mas ela sabe tão bem como eu que nunca ocupou o primeiro lugar na minha vida. Eu e a minha profissão est

publicado por wherewego às 13:56

Sentou-se à mesa, acendeu um cigarro e pensou na história que imaginara. Enquanto fumava via as personagens, a acção, os motivos. As palavras passeavam à sua volta. Levantou-se e foi para junto do computador. Olhou o teclado, ia a sentar-se quando o telefone tocou. Atendeu e saiu rapidamente de casa.

Voltou horas depois, cansado e esfomeado. Depois de comer, sentou-se ao computador. A história já não fazia sentido, não tinha a mesma força. A alegria de pensar na narrativa tinha-se desvanecido. Sentou-se a ver, estupidamente, televisão. Deitou-se a adormeceu. Sonhou, sonhou acontecimentos naturais mas ao mesmo tempo fantásticos. Ao acordar tentou pôr em ordem o onírico da coisa. Não conseguiu. Desanimado pensou: - Nunca vou escrever nada de jeito!
Deitou-se a pensar em novas histórias…
publicado por wherewego às 13:50


Tiaguices ou eu é que sou o padrinho do noivo! 
Posted by Hello
publicado por wherewego às 13:09

“O 1º raciocínio humano, largou o mundo na miséria.”

Alexandre Herculano

publicado por wherewego às 13:06

Este foi um dos textos que mais gozo me deu escrever. Não estou completamente contente com ele. Considero-o desequilibrado em algumas partes. Mas no geral agrada-me.
Gostava que o lessem (um parágrafo por semana não custa muito:P) e dessem a vossa opinião.
Abraço e beijokas conforme o caso
Tiago


Vós que nasceis de ventre humano, dai graças! Pelo quê? Têm um mínimo de liberdade nas vossas vidas, enquanto eu…
…Não nasci de ventre, mas de intelecto humano ou se quiserem da ponta de uma pena. O meu nome?
O meu pai era um génio, actualmente é mesmo considerado um clássico. Tal como eu, mas…
Não tive a “sorte” de “nascer” como personagem de uma comédia ou algo mais leve, meu pai e criador concebeu-me de uma forma mais altiva: «Chamar-te-ás Romeu, e serás personagem de uma tragédia, aí terás de sofrer por amor mas serás recordado para sempre com carinho e respeito, tal como eu, (espero)». As palavras foram mais ou menos estas, desculpem-me os puristas mas a idade pesa e a memória enfraquece.
Mas comecemos, parte da minha história já vós conheceis e é a única coisa que normalmente sabeis de mim, é o que vos interessa, o resto é…a minha outra vida, uma delas, pelo menos. Já que perguntam são três! Uma, é a anterior à peça, ou seja tudo o que vivi que não interessava ao ávido público de teatro; a segunda, todos os que leram a peça conhecem; a terceira é aquela vivida aqui, neste local a que me habituei a chamar de limbo literário. Mas avancemos que terei oportunidade de falar um pouco dessas três vivências.
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E assim nasci no ano de… esqueci-me! Ou talvez nunca tenha sabido. William dizia-me que nem tudo era importante, se a peça tivesse qualidade, e as dele tinham, o público guardaria algumas personagens no seu coração, deste modo para uns nasci num ano, para outros noutro. Houve uma jovem que me imaginou precocemente a quebrar corações aos nove/dez anos, ainda hoje penso que me confundiu com o D. Juan! Com o tempo aprendi que não precisamos (nós, as personagens) de termos toda a nossa vida escrita, determinada. Não é só o escritor que possui poder, nós também sonhamos, e quando o escritor nos dá um dia de férias na obra, podemo-lo utilizar para o que quisermos, o público nunca saberá. Eu, por exemplo, adoro imaginar/escrever a minha vida antes da obra de meu pai. A vida é minha posso escrevê-la se quiser, ora!
Se não concorda pense nisto por acaso sabe o que fiz enquanto estive em Mântua? Shakespeare nada vos diz acerca disso, pensam que terá sido esquecimento?
Nasci no ano da Graça de Nosso Senhor de 1595, filho único nascido no seio da família Montecchio. Como a maior parte das crianças tenho as mais belas recordações de meus pais. Lembro-me de meu pai colocar-me no seu colo e contar-me histórias, contava-me apaixonadamente dos nossos antepassados e também daqueles que viveram em Verona, meu pai romanceava a construção do anfiteatro romano e como eu ficava maravilhado com a força de vontade e inteligência daqueles romanos que partindo de uma pequena região ocuparam o mundo conhecido quase todo. De minha mãe fiquei com a imagem de alguém temente a Deus, que me amava e me acarinhava sempre que possível. Lembro-me de um dia em que com oito ou nove anos e passeando com um aio vi um raposinho, segui-o com todos os cuidados, não muitos já que a início parecia que ele queria sobretudo brincar, quando o vi esconder-se debaixo de umas moitas, o aio com medo de que algo me pudesse acontecer tentou impedir de me acercar mais, mas eu criança vendo pela primeira vez um raposinho vivo era consumido cada vez mais pela novidade e curiosidade. “A curiosodade matou o gato” diz o povo e eu só não morri porque meu aio estava atento com medo que algo me acontecesse, isto porque das moitas surgiu um vulto, era a raposa mãe que ferida, tentava ainda proteger a sua cria. Vendo aquele vulto aproximar-se Alfredo, o meu aio desviou-me e puxou-me para trás, fazendo-me compreender que necessitaríamos de algum cuidado para que nenhum mal acontecesse. A raposa, no entanto, vendo-nos recuar, recuou também para o seu refúgio onde se deitou lambendo a sua ferida e dando, ainda assim, de mamar ao seu filho. Esta história ajuda a ilustrar a relação com a minha mãe enquanto petiz, mesmo extenuada (e não ferida, como na história) ou com algo mais para fazer a minha mãe estava sempre pronta para me proteger, alimentar física e espiritualmente, explicando-me sempre o que lhe pedia, mostrando sempre uma paciência infindável para o miúdo irrequieto que eu era.
Foi por volta dos meus doze anos que se juntou a mim e a Benvólio, meu primo e já companheiro de algumas aventuras, Mercúcio parente do Príncipe e tão meu fiel amigo. Começou nessa altura uma cumplicidade tamanha que iria terminar com as nossas mortes, pelo destino Benvólio foi o último a morrer, morrendo já velho com o desgosto dos seus dois grandes amigos não poderem estar com ele nos momentos de felicidade, tais como o nascimento dos seus dois filhos (valentes varões) e da Rosa do seu coração, bela fidalga como nunca os Montecchio tinham visto (nem minha mãe era tão formosa e como era minha mãe bela!).
Com Benvólio e Mercúcio lembro-me de ir a cavalo para o Lago Garda, a menos de quarenta quilómetros de Verona, ao princípio da manhã, abrigando-nos do frio quando caso disso, mas indo sempre para um local secreto, falando sempre disto e daquilo, tomando banho, pescando e fazendo mil e uma coisas que só os jovens têm paciência para fazer.
Embora fôssemos grandes amigos, fomos trespassados por algo que cruza qualquer relação de amizade, o amor. Talvez fosse eu o mais propenso a apaixonar-me , não sei, apaixonei-me ou fiz que, por uma jovem florentina que estava de passagem. O amor era nulo, a atração já o não era tanto e sempre era desculpa para umas complicaçõezitas, os rapazes não podem ser completamente santos, fica(va) mal. O pai dela vendo que certo Montecchio pairava sempre por sua casa, e sendo ele amigo fiel dos Capulleto arranjou maneira de me magoar (pensava ele), marcando casamento entre sua filha e um Capuleto e convidando-me para o casamento como sinal de desplante, ora eu que nessa altura teria os meus catorze anos, nem fiz caso e no dia do casamento fui para o Lago Garda, onde fiquei alguns dias. Benvólio tinha-me feito companhia durante todo esse tempo, enquanto Mercúcio tinha ido ao casamento, quando chegámos a casa e deixando os cavalos a descansar, aparece-nos Mercúcio rindo e gracejando porque nunca tinha visto noiva mais triste, “ e já as vi tristíssimas, mas nunca como esta”, contou-nos então que a rapariga estava apaixonada por fidalgo de Florença, que já se tinha decidido a pedir sua mão a seu pai, mas seu pai temendo um avanço meu metera na cabeça que ela deveria casar com um Capuleto, este já com alguma idade e com tal cara que dinheiro nenhum lhe comprara ainda mulher. A pobre moça estava desconsolada e eu deveria temer pela minha pele repetia-me Mercúcio com alguma dose de preocupação, preocupação que se mostrou infundada já que nada aconteceu. Mercúcio confidenciou-me mais tarde que tinha medo que o florentino viesse ver a sua antiga amada e eu fosse dado por culpado daquela situação. Ao que sei o florentino casou com uma rapariga mais bela e com maior dote, a rapariga a última notícia que tive era que estava aumentando a sua descendência a olhos vistos.
A minha vida anterior foi assim alegre, amado e protegido na infância, despreocupado e com alguma dose de loucura na adolescência. Foi então que meu pai me retirou a acção e colocou-ma na ponta da pena fazendo da minha vida uma das mais famosas tragédias de sempre, desta minha vida já vocês têm (espero) um certo conhecimento mas serei fiel ao propósito de contar a(s) minha(s) vida(s) e darei a minha fiel visão dos factos.

Os Montecchio e os Capulleto há muito que tinham os seus rancores, tudo era desculpa para uma zaragata, o mais pequeno gesto ou olhar dava origem a um espectáculo, não poucas vezes manchado de sangue e violência.
A minha morte e a de Julieta (ah doce Julieta) levaram ao menos ao fim dessa inútil disputa, disputa da qual nenhum dos lados se lembrava da origem, tinha-se tornado mais uma desculpa para alguns se afastarem do seu dia-a-dia. Os próprios criados criavam zaragatas entre si! Isto claro para que os seus amos não fossem humilhados, pois!
Farto de tanta desordem, ainda por cima criada por duas das mais influentes famílias da cidade, o príncipe «explodiu» e ordenou a pena de morte para quem mais uma vez disturbasse a paz da cidade. Não pretendo ser historiador mas, se a memória não me falha três guerras civis tinham sido desencadiadadas pelas minhas duas famílias.
Mas deixemos, por enquanto, estes factos históricos e familiares e passemos a um resumo das minhas “actividades”. Tinha nesta altura dezasseis anos e tinham os meus olhos passado por uma certa donzela de seu nome Rosalina, o meu coração, pensava eu, tinha acelerado, os meus olhos nunca tinham visto nada igual e eu senti-me apaixonado. Disse-me depois Frei Lourenço «…o amor dos jovens não reside no coração, mas sim nos olhos.». Na impossibilidade de chegar ao objecto do meu amor, fechava-me em casa, no meu quarto, tornando o dia em noite, única altura em que conseguia sonhar, e sonhava com ela. O meu querido primo Benvólio e o meu fiel amigo Mercúcio querendo-me são e não doente convenceram-me a ir a uma festa dada pelos rivais de minha família para que eu visse que o que eu sentia não era senão uma atração. Querendo-me salvar do amor puseram-mo como se de uma corda no pescoço se tratasse. Andando pelo salão, tentando encontrar Rosalina com os meus olhos, vi a mais bela mulher de que o mundo tem lembrança, Julieta! Dizem que só se começa a viver depois de amar, eu pensava que já tinha começado a viver antes de conhecer Julieta, mas não! Só a partir do momento em que os meus olhos a viram, é que o meu coração começou realmente a bater. Senti-me como que… Já amaram realmente? Sim? Então sabem o que quero dizer, há coisas que as palavras não conseguem exprimir, esta é uma delas. Mais vale viver do que sentir. Posso dizer que no momento em vi Julieta senti que o meu coração me tinha enganado até aí, era impossível eu ter amado … ah! Rosalina.
Não podia partir sem a ver mais uma vez, sem lhe dizer o que sentia. O meu coração já tinha inscrito nele o nome de Julieta! Meu pai diz que nessa noite vi o meu sol na varanda, e quem melhor do que ele para exprimir o que nós por vezes não conseguimos? O meu sol, nem menos, só mais do que isso. Julieta tornou-se nessa altura o meu sol, o meu norte, a minha razão de viver e morrer. Até de morrer, ah! como eu a amava, e amo ainda hoje.
Falando com ela nessa noite na festa e mais tarde no seu jardim, , para saber se ela também me amava, soube que o meu sentimento era retribuído. Dirigi-me a Frei Lourenço para que nos ajudasse, a nossa ideia era que ele nos casasse o mais depressa possível. Frei Lourenço pessoa a quem eu considerava um segundo pai disse que sim e que tentaríamos juntar o útil ao agradável, tentando que com o nosso casamento saísse a declaração de paz entre as nossas duas famílias. Fomos casados por Frei Lourenço, mas não posso esquecer a ajuda da fiel ama, que amava Julieta como se sua filha se tratasse.
Após o casamento e extasiado de tanta alegria, procurei Mercúcio e Benvólio para com eles a partilhar, encontrei-os na praça pública onde com Tebaldo se preparavam para lutar pela simples razão de um ser de uma família e o outro da outra. Tebaldo envolve-se com Mercúcio que tenta defender o meu nome e mata-o. Mercúcio, meu querido e fiel amigo, amaldiçoa as duas casas, expirando. Eu desvairado trespasso Tebaldo com a minha lãmina. Tebaldo é morto, sem saber, por um familiar seu.
Após tudo isto esperando a morte, ganho o desterro.. Nessa noite fui ter com Julieta e tivemos a nossa única noite de casados, de madrugada fugi para Mântua. Foi também nessa noite que Julieta me disse que seus pais preparavam o seu casamento com Páris. No meu desterro tive um sonho que me sobressaltou, embora o não compreendesse corretamente naquela altura, a minha esposa veio ter comigo, eu estava morto mas ela beijando-me deu-me a vida. No dia seguinte Baltasar disse-me que Julieta tinha morrido, comprei então um veneno para morrer com ela. Não sabia nessa altura, só o soube depois de morrer, que Julieta estava apenas dormindo. Cheguei ao cemitério, para morrer junto da minha esposa, e aí encontrei Páris que não compreendendo a minha presença naquele lugar quis duelar comigo, momentos depois estava caído no solo morto pela minha espada. Aproximei-me do túmulo (levando comigo Páris que tinha pedido que o colocasse no mesmo túmulo de Julieta) onde estava deposta Julieta. E como ainda a achei bela naquele momento! Chorando, levei o frasco de veneno à boca e bebi-o sentindo-me rapidamente inerte e ouvindo o meu coração bater cada vez mais lentamente, foi aí que morri e é aí que chegamos à minha terceira e última vida - a do limbo literário.

O limbo pode ter o sentido de local para onde se deita o que já não é útil, eu já não me considero muito útil, mas daí a ser um inútil, enfim!
Gostaria que encarassem o limbo literário como uma dimensão para onde nós, personagens e locais da literatura, vamos depois de acabadas as histórias ou estórias. Seria de muito mau gosto que logo após a nossa utilização morrêssemos. Ora eu nunca estive tão vivo, em cada leitura eu revivo, em cada adaptação (seja teatral ou cinematográfica) eu ganho mais força e é nesta força e no vosso coração que eu continuo vivo. Vejam o limbo literário como um local para onde todos nós personagens vêm depois do fim. Nós não morremos, estamos só à espera da próxima chamada, cada vez que precisam de nós, falam em nós, é aqui que nos vêm tocar à porta. É esta a nossa última morada e que bela morada, esta tem sido.
Não imaginam a minha alegria quando após morrer, abri os olhos e vi Tebaldo e Páris olhando para mim de uma forma benevolente, pedindo desculpa por tudo o que tinha acontecido entre nós, explicando-me que a culpa não era deles, nós eramos simplesmente uma essência, e uma essência Shakespeariana. Não foi muito difícil de compreender,(já que todos nós tinhamos falado com o nosso criador) mas no momento seguinte senti uma mão no meu ombro, era a de Mercúcio e logo a seguir vi Julieta a materializar-se e a abraçar-me. Oh, que felicidade!
Mas a minha história não acaba aqui, nem assim. Após estarmos todos juntos contámos uns aos outros o que tínhamos vivido, e fizemos daquele local a nossa segunda casa, isto porque de vez enquanto somos chamados por alguém (leitores, encenadores, espectadores, ouvintes), mas no fim cá nos encontramos todos.
Mas não pensem que este limbo é só de personagens da minha história ou época, não!
Se querem saber fiz por aqui amigos, alguns dos quais bastante interessantes.
Um dia estava a passear com Julieta, quando um desconhecido oferece-lhe uma rosa, eu estava pronto para desembainhar a minha espada, mas Julieta não aceitou a flor, leva-me à razão e continuamos a andar. O estranho correu atrás de nós pediu-nos desculpa e passamos uma tarde inteira a falar com ele. Ele também é um fidalgo, chama--se D.Juan e é espanhol. Disse-nos que passa a vida (literalmente) à procura da mulher ideal, até hoje sem sucesso, vemo-lo pouco, mas sentimos pena dele porque para mim e Julieta foi fácil encontrar o verdadeiro amor, para ele nem por isso.
Somos também muito amigos de um casal italiano: Dante e Beatrice, se bem que já nos confidenciaram que o nome verdadeiro dela não é Beatrice, no entanto teimam em não dizer o nome dela, sabe-se lá porquê. Eu morri por amor a Julieta mas este homem foi ao Inferno resgatar a sua amada, dão-me arrepios só de pensar em tão horrível local, mas analisando o caso, foi mais difícil ir até ao reino de Mefistófeles do que engolir um frasco de veneno. Tenho um grande respeito por este homem.
Está cá também um português, Carlos da Maia é o seu nome, contou-nos a sua triste história, ia casando com a sua irmã. Os leitores dirão que este mundo é louco, não sei. É o meu, só posso fazer o melhor que puder para me sentir feliz nele. Mas não há dúvida que é um mundo rico, existem pessoas/personagens de todo o mundo, de várias épocas, todos nos damos bem, devemos isso aos nossos autores.
Mas antes de acabar sinto a obrigação de vos contar algo que aconteceu no mês de Abril em 1616. Estávamos cá todos no limbo, aparentemente ninguém nos lia nessa altura, quando fomos levados por algo ou alguém para uma sala branca enorme juntamente com outras personagens, algumas bastante importantes: o rei Lear. O rei Henrique VI. O rei Ricardo III. O rei Oberon e sua esposa a rainha Titania. Júlio César. Hamlet. Otelo. E todas as outras personagens de Shakespeare.
Aí ouvimos então uma voz, como que a voz de Deus que nos dizia: «Eu parto, mas não morro, vocês são a minha essência, criei-os com a minha imaginação. Amigos, inimigos, amantes, traidores, cada um tem a sua natureza mas todos são a minha essência. Eu não morro enquanto vocês existirem.»
Compreendemos aí que o génio que nos criara tinha morrido, não o meu pai, mas o meu pai, o meu verdadeiro pai. Não fizemos um minuto de silêncio, mas antes um minuto de verdadeira alegria, não porque estivessemos contentes, mas porque achávamos que era a melhor homenagem que lhe podíamos dar, não o silêncio mas um …morreste, mas para morrer é necessário nascer e ao nascer trazias já o génio para nos criares. Obrigado.
Ficámos orfãos, mas felizes por fazer a vontade a nosso pai para sempre.
Eu não sou escritor, sou uma personagem, mas convivendo aqui com tantas outras personagens, sinto-me como se lesse um enorme livro que iniciou quando o primeiro homem escreveu algo e terminará quando o Homem morrer.
publicado por wherewego às 13:00

As únicas frases que guardo do discurso de Santana Lopes são estas:



"Portuguesas e portugueses"



Ainda bem que já não tenho aulas com a Maria Belo, esta frase iria dar origem a um sememestre.

Enfim deve ser um problema de cotas. Não colocam mulheres suficientes nas listas, mas falam sempre delas. O PSL sempre, mesmo!

publicado por wherewego às 13:00

A verónica avisou-me da diferença que existe entre ingleses e britânicos.

Estava ciente dela, mas nem sequer me apeteceu fazer a diferença.

Se calhar porque ao escrever estava a falar mais dos Ingleses do que dos Britânicos.

Conheço três ou quatro irlandeses, e nunca os trato por ingleses, para um seria uma boa razão para me bater! Assim opto por dizer "Bom dia, irish!" de vez em quando.

REsumindo, no blog não me preocupei com a diferença, na vidas real tento não levra tareia:P



De qualquer modo obrigado, Verónica. Foi uma falha e tu trouxeste-a à luz.

Bem haja meus amigos

publicado por wherewego às 11:56

O Jonhy completou mais um ano de vida!

Como a foto ilustra já conheceu dias melhores.

Mas quero aqui mandar um grande abraço e um feliz aniversário!

publicado por wherewego às 11:53

Este estabelecimento de opiniões e críticas está aberto desde Julho, e queria agradecer a todos aqueles que têm tirado um momento para o ler e um ainda mais especial para aqueles que têm gasto tempo a melhorá-lo com os seus comentários.

Na última semana o coisas insignificantes teve visitas diárias na casa dos 27, não sei se fique lisongeado, se preocupado com vocês!

Obrigado e voltem sempre!

publicado por wherewego às 11:50

Eleições a 20 de Fevereiro!

Porto-Benfica a 27 de Fevereiro.

Mesmo sendo o mês mais pequeno, parece que vai dar que falar...ou chorar...

publicado por wherewego às 11:47

Quais foram as habilitações e experiências profissionais apresentadas pelos escritores das telenovelas da TVI? Aquilo é demasiado mau!



publicado por wherewego às 11:45

Injustiça!

No tempo em que eu era puto, o Vitinho marcava o fim do dia e o início do tempo de tv para os adultos. Invariavelmente os meus pais mandavam-me para a cama, lembro-me de algumas excepções - ainda vi alguns episódios de "A-Team", "Modelo e Detective", "1,2,3" e mais alguns.

Hoje em dia parece que o prime time começa por volta da meia noite, ou pouco antes da uma. Não há séries de qualidade a horas decentes (por norma e falando dos canais públicos, mesmo alargando aos privados o cenário ainda é constrangedor), das 9h Às 24h temos telenovelas, reality shows com animais e bestas, um telejornal e pouco mais.

Noto que há uma tentativa dos canais 1 e 2 de alterarem este panorama. O que mais me traumatiza é que parece que o público está mais na outra onda!

publicado por wherewego às 11:40

Não é grande, mas até fica cara!

Já arranjei quem me ofereça a biografia do Churchill, e a triologia StarWars vem a caminho. só já falta a caixa especial do Regresso do Rei. Aparte disso sei que vou receber cash e talvez alguns livritos. Ah! e roupa interior, provavelmente:p

LOL

publicado por wherewego às 11:38

O Porto é Campeão Intercontinental. O Benfica sai de Belém com quatro prendas no sapatinho.

Quando o árbitro não ajuda, não ganha pontos...

Viva o Porto, canudo!

publicado por wherewego às 11:36


Quiçá um dos melhores álbuns dos anos 90. A sara discorda, mas ninguém é perfeito.
Tem uma excelente versão de “Light my fire” dos The Doors.
Atenção estamos a falar de Doom Metal! 
Posted by Hello
publicado por wherewego às 11:32

Deixei levar-me por Morfeu. Não liguei o despertador, e quando acordei o relógio marcava 11h20.

Ao menos um dia por semana!

A namorada é que ficou zangada por não a ter ido levar a Setúbal, mas hoje o organismo não aceitava.

publicado por wherewego às 11:29

Rodrigo Leão – Cinema

Leonard Cohen – Dear Heather

Toranja – Esquissos

Jota Quest – Ao vivo

Third Day – Wire

Martinho da Vila

The Strokes



Foram alguns dos álbuns e artistas que me acompanharam ao longo de 2004.

Espero que a safra de 2005 seja tão ou melhor que esta….



publicado por wherewego às 11:28

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