Pensei duas vezes antes de avançar com esta comparação. Concordo que possa ser. A alguns níveis, considerada como de mau gosto. Sinceramente, ao longo destas semanas concordo cada vez mais com ela.
O nosso país precisa dum tsunami a nível político. Precisamos de algo que varra a nossa politiquice de alto a baixo.
Duvido que hoje se vá para a política por ideologia (um pouco, ok), por sentido cívico ou de dever, por amor ao trabalho que deve e tem de ser feito. Hoje a política é demagogia, jogos sujos de poder e contra-poder, tachos, lobbys,………..acrescentem como quiserem.
Os nossos políticos falam bem (e nem todos, concordemos) mas a realidade é que nunca ou quase nunca, a diarreia verbal dá em algo de concreto.
Teimam até em fazer o contrário do prometido.
O PSD às voltas com uma derrota anunciada tem corrido atrás do próprio rabo como cachorro brincalhão. Mas não brinca só com ele, não o PSD brinca com tudo e todos. Quanto mais tempo irá aguentar Santana depois das eleições? Quem poderá substituí-lo?
O PS não se preocupa, sabe que a política em Portugal é um jogo de alternância. Chegou a sua vez. Não porque tenha feito algo para isso. Mais porque os outros fizeram por isso, e de qualquer modo todos já esqueceram as hecatombes políticas de Guterres.
Sócrates promete muito, mas não concretiza nada. Mas para quê? Ao menos assim não o poderão nunca acusar de não cumprir as suas promessas. Sócrates sabe que vai para o poleiro. Quando lá chegar logo se vê!
Lia no fim de semana sobre a possibilidade de se criar um governo de bloco central.
Epá, não gozem connosco. Pode ser? Como, sequer, poder ponderar esta hipótese? Já vimos o que cada um deles vale só. Juntá-los seria sofrível, para todos. Até para eles.
Enfim, por estas e por outras é que gostava que existisse uma limpeza da nossa classe política. Mas isso pertence ao plano do onírico, do ideal.
Resta sonhar. E esperar que ao acordarmos não nos encontremos noutro pesadelo pior do que este.
Tiago Falcoeiras