18.04.06
Aqui no blog parece que 2 ou 3 linhas chegam para descrever os mapas das nossas viagens literárias, o que realmente é pouco e nem chega para aguçar o apetite.
Ando, neste momento, em dois universos diferentes.
Leio o Planisfério Pessoal de Gonçalo Cadilhe, um relato da sua volta ao mundo e Bartleby & Companhia de Enrique Vila-Matas sobre a Não literatura, ou melhor sobre os escritores que quiseram deixar de o ser, ou lutaram para evitar sê-lo.
Dois prazeres. Distintos, mas prazeirosos, assim como o Donkeys dos Tindersticks que me serve de banda sonora enquanto escrevo.
Gonçalo Cadilhe veste a pela de aventureiro num tempo em que o que conta é a rapidez com que se chega a um lugar. Gonçalo decidiu viajar por terra e mar e não pelo ar. É uma viagem com pessoas dentro, com V de viver e viajar, com T de troca, com R de relacionamentos.
Tem sido um prazer ler o conjunto de crónicas anteriormente publicadas pelo e no Expresso (na Revista Actual).
Pequenas histórias, experiências, vivências que nos levam a ter um pouco de inveja. O viajante não é só aquele que vai até certo sítio, é aquele que vive, experiencia e aprende com o que vive.
Gonçalo, posso tratar-te por tu? Viaja pelo nosso Portugal e lavra-a em livro, gostaria de ler sobre o resultado.
Enrique Vila-Matas, do qual comprei 6 livros na Bertrand por 20 Euros (na Fnac conseguem por 18!!!), trata em Bartleby & Companhia dos Não escritores, da Não literatura. Daqueles que lutaram para deixar de escrever, ou que tentaram esquecer que já tinham escrito.
Porque tudo já tinha sido escrito, porque o tio Celerino tinha morrido (e era ele quem lhe contava as histórias), porque os móveis não escrevem (e alguns se sentiam móveis), entre tantas outras razões...
Bartleby é uma viagem ao cerne da lietratura, ao coração desta, questiona a alma dos que lêem, mas também dos que escrevem ou decidem não fazê-lo.
A pergunta porque ler dá lugar à pergunta porque escrever, para quê? Longe da economia de mercado e das leis económicas que regem o mercado livreiro Vila-Matas desnuda a escrita, o humor e o desespero de quem ama as letras.
Enfim, 2 viagens. A dois universos e por meios de transporte bem diferentes.
2 viagens. 2 Bandas sonoras diferentes, já que os Tindersticks deram lugar a um concerto de Leonard Cohen.
Agucei o apetite? Espero que sim...
Quem tem fome, coma!
(Faltam umas passagens de cada livro para aguçar o apetite, mas espero colocá-las em posts autónomos)
publicado por wherewego às 10:34

Temos um provérbio que diz qualquer coisa como procurar uma agulha no palheiro, num livro americano leio uma versão do mesmo, procurar uma agulha no palheiro sem saber onde se esteve a coser.
publicado por wherewego às 10:32

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