Depois de um filme francês, um filme russo, talvez o próximo seja americano, talvez...
Os Guardiões da Noite é a segunda escolha, a acção passa-se em Moscovo e mostra-nos a eterna batalha entre o bem e o mal, ou se quiserem entre os Protectores da Luz e os Guerreiros das Trevas. Durante séculos, o equilíbrio instável entre as duas forças foi mantido por uma ténue trégua, mas o aparecimento iminente do “Outro”, chave essencial para a vitória de um dos lados, mudará a face do combate. Quem é este "escolhido", e que lado escolherá e porquê?
O filme foi realizado por Timur Bekmambetov, com um orçamento na ordem dos cinco milhões de dólares, uma ninharia. E a verdade é que os efeitos especiais são bem interessantes e comprovativos de que o dinheiro não é tudo.
O filme é o primeiro de uma trilogia, a Nightwatch seguem-se “Day Watch” e "Dusk Watch”, baseada nos romances homónimos do russo Sergei Lukyanenko, e se sabes inglês já podes encomendar pelo menos o primeiro na Amazon.
Confesso que decidi ver o filme por todo o “hype” que o acompanhou. Tecnicamente o filme não será irrepreensível, mas tem uma qualidade muito boa, e não envergonha ninguém.
Quanto à história, confesso que só fiquei convencido (com vontade de ver os outros) no final.
O filme é um pouco confuso, não pela trama, antes pela não explicação da mitologia que cria. Percebemos que não é um produto americano, há diferenças culturais e tramáticas (há clichés, mas a trama não segue obrigatoriamente a natureza anglo-saxónica).
Mas há inverosimilhanças dentro do próprio universo e claro, há, como seria de esperar, coincidências a mais.
Mas é de um filme que falamos.
Os russos candidataram-no a Óscar de melhor filme Estrangeiro, o que acho demais, mas
A campanha não resultou e o filme deu que falar em vários países e em pelo menos dois continentes.
As personagens poderiam estar melhor construídas, Anton a personagem principal é a que de longe melhor conhecemos ao longo do filme, e não é o herói típico a que estamos habituados. O Bem e o Mal também não são livres de defeitos na sua caracterização, o que é o mesmo que dizer que o Esquadrão da Luz é de um cinismo apimentado, não se valendo duma moralidade restrita.
Há aspectos que poderão ser interessantes no futuro, como os shapeshifters e o aumento dos efeitos especiais pelo sucesso financeiro do primeiro filme.
Resumindo, não será uma obra-prima, mas já se viu bem pior. Desculpa lá, Nuno, mas preferi este ao teu tão amado UnderWorld, ainda que não tenha a Kate Becjinsale, mas não se pode ter tudo.