Lembro-me das primeiras idas à faculdade.
Do medo e subsquente drama das praxes; dum mundo novo; das primeiras aulas; da primeira aula do Zink; das manhãs infindáveis (o tempo do expediente - das 7h30 às 15h) no bar; do 1º semestre miserável; do Prof. que perguntou "Nunca lhe disseram que não sabe escrever? Você não sabe escrever!", do mesmo Professor a dizer no 2º semestre "Evoluiu bastante, Tiago. Sim senhor, bom trabalho"; dos exames que não lembram a ninguém; do resto da turma falar da leitura dos Lusíadas na aula de capa a capa, das verdades de La Palisse na 1ª aula, única em que me aventurei; dum semestre a reboque de um texto, do professor da cadeira, de 5 páginas, base para o exame; lembro-me de tanta coisa...tanta...
A faculdade é um estado de espírito. Ou vários...dos professores, dos alunos, dos empregados, das secretárias.
Só hoje vejo o que aproveitei e desperdicei, o que os professores me ensinaram e desperdiçaram.
Já não sinto saudades, pelo menos tantas, como há uns tempos. Vou a uma faculdade todas as semanas dar aulas.
E a verdade?
A verdade é que sinto um pouco de inveja e de nostalgia.
Às vezes gostava de estar do lado de lá.