23.11.06
Assisti, ontem, na RTPN a uma discussão sobre a TLEBS.
Da parte da Associação de Linguistas estava uma antiga professora, Drª Coutinho.
Eu sempre fui “alérgico” a Linguística. Do que eu gostava, e gosto, é de Literatura.
Consigo compreender a necessidade ou o aparecimento de uma nova Terminologia porque a recebi no Ensino Superior. Muitos dos criadores/estudiosos da TLEBS deram-me aulas. Bebi e fui obrigado e perceber, ou a entender, estas novas nomenclaturas.
Não sei avaliar a necessidade, sei que por vezes torna mais clara a compreensão da língua, mas sei avaliar a dificuldade que tive. Parece-me que começar logo de início tem, à partida, dois pontos, um a favor e outro contra.
A favor, que as crianças aprendem logo de início, e a verdade é que se os professores a souberem dar e compreender, para os petizes a dificuldade é, mais ou menos, a mesma. Contra, tem a ver, obviamente, com o lado dos professores. Pessoas que dão aulas, ou estão, mais ou menos, familiarizadas com a Gramática terão dificuldade em apreender, em muitos dos casos, as alterações propostas; aliando isto à ausência de tempo para estar com a família, ao aumento de horas na escola, às alterações cíclicas dos programas e à crítica de professores, escritores, jornalistas e até de alguns linguistas, parece-me que a TLEBS vai ser uma luta ainda por mais algum tempo, luta esta que conhecerá o seu desfecho na altura dos exames daqui a três anos.
Adenda: Parece-me lógico realçar que a TLEBS depende da interpretação, estudo, formação dos professores. Se estes não gostarem de linguística (neste caso, mais pura e dura), tiverem dificuldades e falta de tempo para se dedicarem a isto, então teremos um grave problema em mãos.
publicado por wherewego às 15:24

Criou celeuma a nível regional, mas também o faria a nível nacional se se tivesse proporcionado.
O cachorro era ainda novito, pouco mais de um mês de vida. Era escanzelado, estava sujo e tinha levado uma panada de um carro.
Andava por ali, em três pernas, quando uma senhora o viu.
Começou a pensar em voz alta, como é hábito de muitas das senhoras de idade. Uma a uma várias pessoas se (a)chegaram a ela e foi-se formando uma turba indignada com o estado do animal.
Chamaram-se jornais e rádios, a televisão também foi avisada, mas somente o jornal regional se dignou a aparecer.
Em frente, sem direito a opinião ou a uma análise, por parte da turba, estava o seu dono. Junto à barraca, triste e choroso pelo estado do seu amigo, fraco pela fome e aturdido pelo frio olhava sem esperança para o cachorro. Tinha cinco anitos, vivia durante o dia na terra, no pó de um baldio, com a avó como companhia.
Dele ninguém falou.
Ninguém o viu.
publicado por wherewego às 15:23

Obrigado pelo sentido sentido de humor.
Como não há-de um tipo animar-se?
Keep going...
publicado por wherewego às 11:35

O que é a literatura? O que deve ser apelidado de literatura?
Incluímos reportagens, bds, fotonovelas e outros que tais? Respondam vocês, eu prefiro fazer as perguntas, que como dizia o outro é uma actividade bem mais interessante do que responder às mesmas.
Sempre senti um gosto enorme, um fascínio, pela teoria da literatura e por aquilo que é a interpretação de um texto, a conversa entre o leitor e o texto, a dúvida que uma palavra nos coloca, as ambiguidades, as suspensões do texto e do leitor. Às vezes, melhor do que um clímax é um anti-climax, não acham?
Confesso que desde que saí da faculdade que perdi um pouco a noção e vontade de conversar e questionar os textos que leio. Talvez, por vezes, pela fraca qualidade dos mesmos, mas por vezes pela minha preguiça enquanto leitor. Poucos são os autores que nos fazem indagar, primeiro que tudo, o próprio texto, mas também a escrita, a realidade e a forma. Deixem-me deixar mais uma pergunta, o que é um leitor? Temos nós atenção à forma como está escrito o que lemos? Terá sido gralha ou terá havido uma segunda intenção? Porque é que o autor não acabou na linha de cima? Porque é que utilizou esta palavra em vez daquela? Simples opção estilística? Subserviência cega a determinada escola? Ainda existem escolas?
Padeço daquele problema, de quem gosta de ler e gosta de ver os outros ler, que é o de se preocupar mais que os outros leiam, e só depois se preocupar com a qualidade do que lêem. Não sou elitista e pouco dado a obrigatoriedades, mas acho que quem lê deve tirar o máximo de prazer possível. Embora, e aqui concordo com a Cooperativa Literária, o leitor deve ser indagador, pesquisador, procurar perguntas e respostas, gostar ou não do fim e ter a coragem construir o seu próprio final alternativo, qual extra de dvd!
Temos perdido um pouco esta noção, somos levados a comer e calar, e quando pergunto aos alunos a sua opinião pessoal sobre determinada obra, normalmente ficam simplesmente por um Gostei. Se os importuno e peço razões, não sabem. Não pensaram, logo não têm razões para ter gostado ou não.
Toda esta diatribe por causa da apresentação da Professora Drª Maria do Rosário Monteiro da Callema. A distinção entre revista de divulgação literária e revista literária é quase inexistente no nosso meio mediático, e o que se quer com a Callema é uma revista literária, a qual é, na opinião dos fundadores e dos colaboradores, uma miragem em Portugal. Teremos ou conseguiremos formar os leitores esperados, na verdadeira acepção da palavra?
publicado por wherewego às 11:22

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