Uma coisa é falar, a outra é fazer.
Temos (cada vez menos) em Portugal comunistas muito por culpa do regime de Salazar. O Alentejo é (ainda) vermelho por oposição ao regime.
E, ainda que hoje o PS de Sócrates tenha pouco de esquerda, a divisão entre esquerda e direita faz sentido, para as gerações mais velhas, porque a direita é o bicho papão.
A grande questão é que em Portugal a Direita é sempre o alvo mais fácil(e primeiro) a abater. Olhe-se para o PCP. Lembram-se das trapalhadas Haider? Sempre que o austríaco era referido caía o carmo e a trindade, porque aparentemente era neo-nazi, e foi assim em toda a Europa; já Bernardino Soares veio a terreno referenciar o regime da Coreia do Norte como uma democracia e ainda que alguns tenham dado por isso, fico com a ideia de que para Bernardino aquilo é mesmo uma democracia.
Aliás, quando escrevo Bernardino podia escrever PCP. É que no PCP, e vemo-lo com Luísa Mesquita e o Autarca de Setúbal, o que interessa é o partido, não as pessoas. O povo, nos países em que o comunismo chegou ao poder, serviu apenas de trampolim, uma vez chegados ao poder começaram a dizimar o mesmo povo. O PCP é o primeiro a colocar em prática aquilo que na teoria critica e ataca.
E quando leio que o PCP quer 500 novos dirigentes, leio-o de duas maneiras. Primeiro, quer ver se arranja uma nova imagem. Em segundo, há que arranjar novos fantoches, uns que o povo queira conhecer, e que não conheceçam, tão bem, o partido.
O que me alivia é que os comunistas nunca terão poder em Portugal, e isso, ao menos, é já um alívio. Nem num partido de dimensão reduzidíssima evitam estas magalomanias próprias de quem gosta de ser pouco democrático.
Por estas e por outras, é que sempre que discuto com alguns amigos de esquerda e estes referem-me os regimes fascistas, eu refiro-lhes que estamos a falar de extrema-direita, enquanto que Cuba, China, Coreia do Norte são regimes de esquerda, os verdadeiros paraísos comunistas. Emigrem para lá...para as verdadeiras democracias.