13.12.06
Um grupo de iluminados encontrou-se no Irão para debater a inexistência/invenção do Holocausto.
Como diz o outro, mais cego do que o que não vê, é o que não quer ver.
Esta discussão nasce, obviamente, do ódio para com a nação de Israel, e do desejo iraniano (e não só) em exterminá-la. Mas, as dificuldades com o Estado de Israel não são evidentes somente para aquelas bandas.
Até em Portugal se vai falando de Israel, os de direita costumam apoiar os israelitas e os de esquerda gostam de apelidá-los de terroristas e bárbaros.
A verdade é que a realidade não é assim tão preto e branca.
Esquecem-nos, ignoramos ou fingimos desconhecer que a Europa e os EUA têm, na realidade, a sua culpa. Quem já leu sobre o nascimento do Estado Hebraico sabe que foi, na altura, a melhor saída para estes dois lados.
Por um lado, tanto europeus como americanos queriam ver-se livres de esqueletos andantes, que lhes lembrava o terror que estes senhores querem fazer-nos crer nunca existiu, e era mais fácil levar a cabo os processos relacionados com a Segunda Guerra Mundial com os judeus afastados. Quantos assassinos nazis conseguiram fugir da Europa? Quantos com a conivência de vários estados, do Vaticano e até da Cruz Vermelha? Quantos continuaram a agir nas sombras dos serviços secretos durante a Guerra Fria? Problemas de consciência, políticos e económicos levaram ao nascimento do Estado de Israel na histórica Assembleia das Nações Unidas. Como analisar a fuga da Inglaterra da Palestina? A guerra a que hoje assistimos poderia ter sido evitada, em grande medida, se o caso tivesse sido tratado de forma diferente.
Gostamos de discutir a situação, não só em Portugal, subjectivamente, sem olhar a causas e conteúdos. Há sempre duas visões, a de esquerda e a de direita, e ficamos neste impasse.
Uns esquecem os actos de barbárie dos restantes irmãos árabes e criticam os actos de retaliação, ou não, dos israelitas, e vice-versa.
Recriar a hitória, adulterá-la e mascará-la é um crime e por isso devia ser punido.
O ódio para com alguém não me dá o direito de mentir, alterar a verdade, por todos, conhecida.
Em alguns países o negaciosmo e o revisionismo é punido. Na bela democracia iraniana isso não acontece.
Por isso, alguns iluminados encontraram-se esta semana para discutir a mentira do Holocausto.
Sobre o Holocausto deixem-me deixar (perdoem-me o pleunasmo) algumas sugestões de leitura:
Se Isto é Um Homem - Primo Levi
Exodus - Leon Uris
O Confessor, Morte em Viena e The English Assassin - Daniel Silva
Maus - Art Spiegelman
Os Ditadores - Richard Overy
O livro sobre o totalitarismo de Hanna Arendt
e tantos outros...estes são aqueles que li ou estou a ler.
Tento não terminar com uma frase óbvia, mas o desejo dos sobreviventes era que não nos esquecessemos do que acontecera. Pouco a pouco é o que estamos a fazer. Parece que somos incapazes de aprender com o passado.
O que é triste.
publicado por wherewego às 11:43

Comprei, a preços de chuva (3.95€ cada), os volumes 2-4 da mítica série espanhola.
E já consegui ver 2 episódios.
Foi interessante rever a série passados vários anos. Não posso dizer que me lembrava dos episódios que vi, lembro-me vagamente do último. E a forma como a via, antes da adolescência, mudou radicalmente, hoje vejo-a, e ainda bem, de outra forma.
Continuo a gargalhar, penso que com mais força hoje, com os disparates do Tito e do Piranha, com a voracidade deste último, mas fui apanhado de surpresa com os temas e o tratamento destes que a série faz.
Vi dois episódios, um sobre a primeira menstruação, a amizade, a passagem de menina a mulher, a diferença entre homens e mulheres no que diz respeito aos relacionamentos amorosos, e o outro sobre a depressão. É para mim uma surpresa ver como os temas eram abordados, alguns levemente, mas sempre com muito humor e boa disposição, e por vezes, com muita coragem.
Verão Azul é, hoje ainda, uma série interessante, com valores e com uma abordagem que nos leva a discutir, até com os mais novos, alguns temas difíceis.
Produzida e realizada em 1981, Verão Azul mostra-nos uma realidade ainda hoje não atingida pelas séries/telenovelas portuguesas. Consegue ter vários níveis de interpretação, mantendo-a apelativa para miúdos e graúdos.
É leve? É. É corajosa? É. É séria? É.
Há 25 anos atrás os espanhóis já estavam mais evoluídos que nós, não é somente de hoje. Nós ficamo-nos pelos Inspectores Max, Doces Fugitivas, Anjos Selvagens e Morangos, séries que têm algum potencial mas que esbarram no desejo de nos estupidificaram cada vez mais, fazendo 20 episódios clones uns dos outros, que nada nos ensinam, que não nos levam a discutir nada. Comer e calar, e assim vai o panorama da nossa televisão.
publicado por wherewego às 11:41

Já abordei aqui a nova série de Aaron Sorkin, Studio 60. Não deixa de ser interessante que a série, que aborda os bastidores de um programa a la Saturday Night Live, que comenta inteligentemente os meandros da televisão esteja a ter problemas a nível de audiências, ainda que já tenha sido celebrado o contrato para a finalização da primeira série. Segundo o estúdio a série tem a qualidade desejada e esperada, e um núcleo forte de espectadores, ainda que esteja aquém da fatia de share desejada.
Muitas das novas séries americanas têm sofrido este mesmo problema, este ano tem sido difícil para as novas apostas. Vanished desvaneceu-se e os últimos três episódios só vão ser exibidos na net, a produção já terminou, e por enquanto os telespectadores vão ficar sem saber os finais para várias das storylines.
Justice, uma das séries que me agradaram, também já viu o machado cair sobre o processo criativo e foi cancelada.
O fim tem a ver com um factor decisivo nas emissões americanas, o share de audiências e o valor que os anunciantes pagam por cada anúncio nos respectivos intervalos.
A realidade tem sido negra para muitas das novas apostas, sendo que o prémio para melhor série irá, por parte dos críticos e da audiência, para Heroes que tem grangeado simpatia e entusiasmo por parte de quem vê e de quem escreve sobre televisão. Heroes é uma série sobre alguns indivíduos que descobrem possuir poderes e sobre as escolhas que cada um faz.
E assim vai a televisão americana, ou parte dela.
publicado por wherewego às 11:09

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