A futebolada entre amigos podia ser objecto de uma tese sociológica.
No que me diz respeito sei o que jogo (no caso, o que não jogo) e fico feliz por me deixarem "correr" durante uma hora e meia/duas sem me obrigarem pagar o campo na totalidade.
Já não tenho a velocidade de outrora (que por si já não era definida por velocidade), não tenho poder de remate, e para mexer uma perna tenho de pedir licença a toda uma quantidade de músculos que já não sabem que existem!
E assim lá fomos, em mais uma tarde de sábado jogar à bola.
E deu para tudo, para rir, para chorar, em termos figurativos, para correr, para descansar, enfim...confesso que senti a falta dos gritos do Joca, quiçá fruto da lesão que o apoquenta.
Ria-me ao ouvir o Mílton a dizer-me não corras muito que eu já não consigo! Um cego a falar para outro...
Para mim já não importa ganhar ou perder, importa é correr um bocadinho, de forma a queimar umas míseras calorias.
Nunca fui bom jogador, tretas! Nunca fui sequer um mediano jogador, hoje sei o que não corro e fico mais para trás, que com a massa corporal que tenho sempre pode dar algum jeito. Dizia o Barry que ultrapassar-me equivalia a dar a volta a uma moradia, palavras dele, mas está desculpado!
Tento fazer uso do passe e pouco mais, marcar um golo é milagre, correr para a frente e para trás uma miragem, mas no fim o que importa é estarmos juntos uns momentos, rirmos e desfrutarmos dum esférico durante duas horitas.
Ele há malucos para tudo.