16.02.07
Ontem almocei com 2 antigas professoras (de Latim e Português - do 10º ao 12º ano).
Foi uma boa experiência, a alturas tantas mostrei-lhes a Callema, e por causa do tempo só uma teve tempo de ler as Breves Narrativas.
Riu-se e comentou que até a escrever sou preguiçoso. Acho que não percebeu que o que me interessa não é a acção, mas a criacção por parte do leitor.
Ou isso ou conhece-me demasiado bem...
1x2 - escolha você.
publicado por wherewego às 14:59

Almocei no mesmo restaurante que uma princesa, a capuchinho vermelho, uma palhaça e outra que não percebi bem o que era.
Ñada como o Carnaval para as pessoas retirarem as máscaras. Nesta altura é que eu gostava de ter tirado Psicanálise.
tags:
publicado por wherewego às 14:57

O Ípsilon do Público agradou-me, e nem é tanto pelo aspecto gráfico, confesso que preferia algum do cinzetismo do Mil Folhas.
Enquanto estreia encheu-me as medidas, é difícil os próximos números interessarem-me tanto, o artigo de capa é uma necessidade (deparei-me com vários trabalhos plagiados da internet, com a inexistência da necessidade e da inteligência de alterar o português do Brasil para o nosso Português!!!), a entrevista com Enrique Vila-Matas uma mais valia (ainda que me faça confusão a presença da Shakira em 2 páginas da entrevista, não havia nada menos Shock?), depois temos O´Neill, Forest Whitaker, Clint Eastwood, Música, crítica literária, DVDs, Cds, concertos, cinema e sei lá mais o quê!
Misturar o Y e o Mil Folhas parece-me a mim pior ideia do que ter duas vertentes separadas como acontecia, por outro lado a cromática é por vezes uma ajuda, por vezes é simplesmente uma grande chatice, e a opção por alguns anotamentos publicitários por vezes é um tanto ou quanto desajustada.
publicado por wherewego às 11:23

Quanto a estabelecer uma hierarquia entre as diversas formas de expressão artística, isso parece-me impossível. Assim, aqueles que dizem que a banda desenhada é um género intrinsecamente inferior ao romance avaliam a banda desenhada aplicando os critérios do romance, e nesse caso é evidente que não se pode senão cheagar à conclusão que a banda desenhada é subliteratura. Mas essa gente esquece-se - ou não sabe - que a banda desenhada tem o seu próprio código, e que é apenas situando-se no interior desse código que se pode apreciá-la. Alguns pensam mesmo que, de qualquer modo, a banda desenhada não pode ser uma arte. Uma vez mais, é porque a conhecem mal e porque nunca viram, por exemplo, Little Nemo in Slumberland de Winsor McCay.
Essas reacções negativas vêm geralmente de mandarins da cultura de tipo universitário e nada têm de surpreendente, pois a cultura oficial é por natureza conservadora, e desde sempre desconfiou dos novos modos de expressão artística. no século XVIII desprezava os romances, e levou algum tempo a compreender que o cinema não é um subteatro. Acabará por se aperceber que a banda desenhada também pode, por vezes, ser uma arte. Esperemos que nãoponha então a banda desenhada sob sua tutela, erigindo-se em árbitro da sua estética e atribuindo-se o monopólio da exegese, o que teria como consequência fazer passar a banda desenhada de um gueto cultural para outro.
Hugo Pratt, o Desejo de ser Inútil, Relógio D`Água (pág.203 )
tags: ,
publicado por wherewego às 10:20

Obviamente, a maior parte dad bandas desenhadas que surgem não são extraordinárias, mas é assim em tudo: em cem romances ou cem filmes escolhidos ao acaso, também não se encontrarão muitas obras-primas.
Um criador de banda-desenhada pode ser bom ou ser mau, mas de qualquer modo o seu trabalho parece-me comparável ao de um romancista: na banda desenhada também se trata fundamentalmente, de contar uma história, isto é, muitas vezes, de saber dominar o tempo, cada quadradinho pode ser uma sequência. São os códigod utilizados que diferem. Parece-me evidente que a banda desenhada é um modo particular de literatura. Se eu tivesse que definir a minha actividade, diria que sou um escritor que desenha e um desenhador que escreve, mesmo que o texto em si seja apenas constituído pelo diálogo indispensável. Tal é o enigma que se apresenta aos que não compreendem a banda desenhada. Na minha cabeça, o texto e a imagem caminham sempre a par. O poeta grego Alceu disse mais ou menos isto, a propósito de uma concha: «Filha da pedra e da espuma do mar, com a tua beleza influencias o espírito de uma criança.» Está lá tudo, não se pode contar melhor o que uma concha pode inspirar. Para mim, hoje, o grafismo parte da necessidade de um traço para chegar ao imperativo da palavra. Assim nasce a banda desenhada.



Hugo Pratt, O desejo de ser Inútil, Relógio D`Água (Pág.216)
tags: ,
publicado por wherewego às 10:18

mais sobre mim
Fevereiro 2007
Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab

1
2
3

4
5
6
7
8
9
10


18
19
20

25


arquivos
2011:

 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12


2010:

 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12


2009:

 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12


2008:

 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12


2007:

 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12


2006:

 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12


2005:

 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12


2004:

 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12


pesquisar
 
comentários recentes
"Pandev nao mentiu" "Pandev no mintió"
Jornalistas desportivos madrilenos desrespeitam DI...
Don Andrés Amorós Guardiola.....¿Mourinhista?
forcinha amigo :)
se calhar eles arrumam as coisas por secções: mass...
olha que tu também tens as tuas taras a arrumar co...
Já eu tenho no policial um dos meus géneros de ele...
Policiais nunca foi algo que me atraísse muito par...
Na minha opiniao, investir em gato fedorento é sem...
ah... a riqueza de descrever as coisas simples! go...
subscrever feeds
blogs SAPO