13.04.07
Uma das poucas leitoras (e leitores deste blog) dizia-me a semana passada que andava farta de ler tanto post sobre futebol, desde aí que me tenho contido, mas hoje não resisto.
Como legenda à manchete apraz-me defender Mantorras com uma música portuguesa dos anos 80, "Não Sou o Único". Penso que haverá mais coxos e mais coxos que o Mantorras no plantel benfiquista.
Já agora, parece-me que o Simão pensava que o árbitro ontem seria o Lucílio Baptista, não? Acho que o Benfica é o único clube português, que de há duas ou três épocas tenta ganhar os jogos, e fá-lo bem, através de penáltis e livres. Verdade seja dita que o ano passado os saltos para a piscina eram mais flagrantes, mas ainda assim...
Concluindo, parece-me ridícula a vassalagem que os media portugueses dispensam ao Benfica. Os primeiros vinte minutos de um telejornal foram passados com o rescaldo do dia de ontem benfiquista! Não há mais notícias? Para piorar os resumos só mostram os lances encarnados, pouco demoram no penálti roubado ao Espanhol.
Não deve ser à toa que o grande português tenha sido Salazar, afinal foi, também, por causa dele que o Benfica se tornou grande nos anos 60!!!
publicado por wherewego às 14:04

Arturo Pérez-Reverte é um dos meus autores favoritos.
Ainda que não tenha gostado de um dos últimos livros, O Cemitério dos Barcos Sem Nome, comungo do gosto pelo literário e fantástico, O Clube Dumas, e perco-me no seu requinte policial.
Este livro, O Pintor de Batalhas, pouco tem a ver com os três citados.
É igualmente intenso, mas claustrofóbico, duro e cruel como a realidade que tenta dissecar.

Faulques, um antigo fotógrafo de guerra, retirou-se para uma pequena povoação junto ao mar, onde pinta, no seu farol, um longo e largo quadro sobre a guerra, pegando em quadros e fotografias, clássicos e modernas, sobre o assunto.
Um dia recebe a visita de um antigo soldado de uma guerra civil, que perdeu tudo o que tinha por ter sido fotografado por Faulques. Cara a cara promete matá-lo.

E todo o romance constrói-se em cima das conversas dos dois, da memória de Faulques, e na interiorização, por parte do leitor, da natureza humana.
Um romance curto que me custou a ler, um exercício de filosofia sobre a guerra e a forma como a vemos, ou como é vista por diferentes prismas.

Um livro indispensável.
Para mim, um dos melhores de 2007.
publicado por wherewego às 12:00

Isto de ler as memórias de alguém que ainda está vivo é um pouco voyerista, mas a verdade é que há uma diferença, mais do que uma a dizer a verdade, entre alguém como Júlio Machado Vaz e as biografias de actores, cantores e jogadores de futebol. Ao menos isso!

Uma das coisas que me prendeu ao livro foi o exercício profissional e pessoal que JMV faz neste O Tempo dos Espelhos. Entre as suas memórias há a análise psicanalista daquilo que escreveu, o psicanalista analisa-se a si mesmo! E este facto já é razão suficiente para se ler o livro, mas o livro mostra-nos o medo perante a morte, a questão religiosa da morte e da alma, o relacionamento entre pai e filho, primeiro entre o autor e o pai, depois entre o autor e os seus filhos, a importância da palavra e do aconchego, a forma como alguns só chegam perto dos filhos (mais perto, afinal, como fica visível no livro) através de cartas póstumas, e tanto, tanto mais.

Foi o primeiro livro de JMV que li, se outros há na ignorância este pode ser a primeira tábua da ponte.
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publicado por wherewego às 11:00

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