Olhando para o ciclismo e para os abandonos ou irradiações/suspensões a resposta é obviamente positiva, a suspensão ou irradiação não acontece somente pelo exemplo dado, aparentemente há um upgrade na performance. O caso parece ser o mesmo para outros desportos. O termo científico será então o de dopagem. Parece que queremos continuar com o antigo lema grego " Mente Sã em Corpo São".
Quais serão então as considerações que poderão ser feitas? Quais os pontos contra o uso de substâncias ilegais?
Bem, por um lado, devemos realçar a habituação física, psicológica e tudo o que pode advir daí. Por outro as mazelas físicas, lembram-se das atletas da Antiga União Soviética e dos danos observados anos depois da tomada de hormonas e outras substâncias?
Por outro lado, há a questão da justiça, estarão em igualdade atletas em competição quando uns o fazem sem o uso de substâncias de qualquer tipo e outros estão obviamente em upgrade?
Porque não, então, dar a oportunidade a concursos ou campeonatos somente para atletas dopados? Porque se generalizou que há um risco acrescido para a saúde. Deles, obviamente.
Porquê falar de dopagem? Lembrei-me deste assunto a ouvir Rehab de Amy Whinehouse.
Têm havido alguns pedidos da família da cantora para que se façam os possíveis e os impossíveis para a enviar para reabilitação. A família teme pela curta duração da sua vida, pelo uso e abuso de drogas e álcool.
A pergunta feita, indirectamente, por uma notícia lida era a da preferência, preferimos um artista drogado com obra feita, ou um artista reabilitado com pouca garra e obras menores?
A pergunta pode parecer cínica, mas a resposta parece indicar que muitas vezes o público é mais vampiro que mecenas.
Quantos artistas ouvimos nós que compõem as nossas músicas preferidas ao "som" de droga, álcool e outras substâncias aditivas ou proibidas? Quem, neste caso, os irradia ou suspende? Normalmente, a morte.
Kurt Cobain, Janis Joplin, Bob Marley, Nick Drake - ficando só na música - serão alguns exemplos. Na literatura haverá muitos mais.
O que acontece muitas vezes é que o público não olha para os seus ídolos como pessoas, mas quase como deuses, ou outra figura impessoal. Idolatramos mais o seu produto do que a sua personalidade, e muitas vezes arriscamo-nos a ficar surpreendidos com apelos como os da família de Amy Winehouse.
Será a morte o preço a pagar pela arte?