12.12.07
Pedro Costa ganhou o reconhecimento americano, em Los Angeles, onde o seu filme, Juventude em Marcha, foi considerado o melhor filme independente estreado este ano nos EUA.
Ora, gostos não se discutem, lamentam-se e deixem-me lá dar, por obséquio, a minha opinião.
Desde já, esclareço que não vi o filme em causa. Fui ao cinema ver o Ossos, e a senhora olhava para mim, atónita, enquanto lhe dava algumas razões para me devolver o dinheiro gasto no bilhete, após a projecção deste.
Com base no Ossos tenho algumas dificuldades com o cinema de Pedro Costa. É demasiado contemplativo. Venham as más línguas dizer mal do Manuel de Oliveira, falar da dezena de minutos que a árvore lhes é mostrada, que eu amarro-os e levo-os a uma sessão (bem amarrados e mal aconchegados) de Ossos. Na minha óptica quase nada acontece em Ossos, para outros essa é uma das suas qualidades, a forma como nos mostra a realidade e nos dá um murro no estômago. Pois sim, murro no estômago queria eu dar, aos cinéfilos que deram mais de uma estrela ao filme, à senhora que me dizia que não me podia devolver o dinheiro do bilhete (não, não bato em mulheres. Mas, ficam a ver o que o filme pode fazer a um gajo).
Depois, há os diálogos, riquíssimos e abundantes (obviamente que é o contrário que acontece).
"Olá!"
"Olá!"
"Tás bom?"
"Tou. E tu?"
"Também"
"Que fazes?"
Seis frases que levarão em média cerca de 10 minutos a serem ditas e absorvidas pelo espectador. Manuel de Oliveira, o tanas!
10 minutos? Para um diálogo destes?
Voltando ao início. Pedro Costa ganhou um prémio. Parabéns!
Parece que houve uma enorme ovação, nos EUA, após o visionamento do filme. E que tem isto de extraordinário? Também eu fiz uma festa do catano quando o filme acabou. E não foi por ter gostado do mesmo.
Enfim...se o tipo é tão bom, dêem-lhe umas coroas, deixem-no filmar por aí e batam-lhe palmas. Mas, não nos tentem convencer de nada. Não é preciso. Eu, já estou convencido.
Estuchas destas, nem morto.
publicado por wherewego às 13:06

O que choca no livro Noite, de Elie Wiesel, não é o relato em si, que o faz - como outros antes e depois o fizeram. Destaco os lidos por mim, Primo Levi, Art Spiegelman, Anne Frank, Corrie Ten Boom. - mas a forma como o faz.
Noite é um relato sobre a vida (?!) nos campos de concentração, o horror e a maldade humana.
Ficaram-me 2 ou 3 aspectos do livro, para além de tudo o que escrevi atrás.
Por um lado, a bestialização do homem, presente, não só, na figura dos chefes dos barracões, mas, especialmente, na figura dos soldados; masprincipalemente na descrição dos dois filhos que atacam os pais, em nome da sobrevivência, um, na realidade, o outro, em acções e pensamentos.
Fica-me a ideia do acaso, do polícia, conhecido dopai, que lhes vai bater à janela, antes da deportação, com o intuito de os esconder. Ideia que falha por segundos. A escolha, temerária, de partir com o pai, e não ficar no hospital, com medo de ser morto, e descobrir que dois dias depois, com a chegada dos exércitos aliados, quem ficara no hospital fora resgatado.
E a ideia da perda de humanização, na figura do corpo. A última frase do livro, em que o autor olha para um espelho e não se reconhece naquela figura cadavérica.
Um livro a ler. É que há umas alimárias energúmenas que afirmam que o Holocausto nunca aconteceu. Quem nos dera (à Humanidade) e quem lhes dera (aos milhões de chacinados).
publicado por wherewego às 11:16

O 2º post (Draconian Times dos Paradise Lost) e um vídeo (Roxette) já se encontram no blog musical, Sultans of Music.
publicado por wherewego às 11:01

Ontem, andei com dois livros debaixo do braço.
Boca do Inferno (de Ricardo Araújo Pereira) e Noite (de Elie Wiesel).
Hoje, continuo com Boca do Inferno, mas passei para o 2º da trilogia/tríptico de Wiesel, Amanhecer.
A pergunta remete para o humor de um, e para o horror do outro.
publicado por wherewego às 10:56

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