22.02.08
Há livros sobre os quais convém não dizer muito. Quanto menos se souber melhor. O prazer da leitura fundamenta-se na descoberta da obra.
Este é um desses.
Ao contrário do que o nome possa sugerir o livro não é, nem por sombras, macabro, nem, de certa forma, fantasioso. Dentro da fantasia que incorpora, é extremamente realista.
Em A Breve História dos Mortos encontramos duas narrativas paralelas.
Na primeira somos levados à cidade, local onde os mortos se encontram depois da morte, e onde permanecem, até que sejam lembrados no mundo dos vivos. Quando a sua lemrança desapare, eles desaparecem também da cidade.
O primeiro capítulo mostra-nos algumas alterações na vida quotidiana nesse mundo. Um vírus no mundo real está a dizimar a população, e a permanência na cidade torna-se muito rápida. Poucos sobrevivem, lembrando-se dos que morrem.
Na segunda história seguimos uma especialista da vida selvagem, a fazer um estudo, patrocinado pela Coca Cola, na Antártica.
Laura vai ver-se sozinha e necessitada de fazer uma longa viagem até ao centro de contacto da expedição.
Sabemos que algures no livro haverá o contacto entre estas duas histórias. De que modo?
Breve História dos Mortos é um livro sobre o poder da memória, e a forma como somos vistos ou notados pelos outros. É um livro sobre relacionamentos, sobre como nos ralacionamos, intimamente ou não, com os outros e a forma como vemos aqueles que passam por nós, em diferentes alturas da vida.
Para além deste tema central, há uma série de críticas, mais ou menos aprofundadas, à vida moderna, à sociedade e cultura.
O poder das grandes empresas, personificada pela Coca Cola, o poder do marketing, o medo dos terroristas e da violência, o que é a fé, o que nos lembramos e a forma como a lembrança dos despe psicologicamente.
Não é um livro existencial, ainda que sobre a existência, mas é o que poderia ser um livro difícil de contentar o leitor acaba por ter um resultado extremamente interessante.
Não que seja perfeito, há capítulos com informações a mais ou a menos. Há personagens que são mais apelativas do que outras. Mas no final Breve História dos Mortos acaba por atingir o(s) seu(s) objectivo(s).
Um dos livros de 2008.
8/10
publicado por wherewego às 11:46

Eu sei que otítulo engana, mas não vou falar da prestação do Benfica ontem à noite.
Num dos canais, no telejornal, vi uma reportagem sobre as buscas na ribeira do Jamor.
A determinada altura, o Comandante dos Bombeiros (?) diz que enganaram os cães e fizeram-nos encontrar algo para eles não desanimarem. Já que há três dias que os bichos procuram algo, sem sucesso.
Já viram o cuidado que se tem com os cães? Cria-se uma falsa descoberta, para eles não desanimarem. Preocupam-se com o estado anímico dos rafeiros.
Fiquei a pensar nisto.
Não seria já altura de o Governo nos animar de vez em quando? Não valerá o nosso estado anímico senão mais, pelo menos o mesmo que o dos cães?

Ainda para mais depois de ler e ouvir as notícias sobre o documento elaborado pelo Sedes.
publicado por wherewego às 11:40

Lembro-me de não gostar do genérico. Porquê? A animação lembra muito a cultura japonesa, com as garças(?) e as flores.

Mais uma vez, é a música o ponto de contacto. E não deixa de ser engraçado o Panda chamar-se do mesmo modo que um dos nossos castigos. Levas tao-tao...

Piadas infantilóides. Oh, well!

publicado por wherewego às 11:01

Nunca fui fã desta série. Mas a música, a música...

E não é de agora a proliferação de bruxas, bruxinhas e afins.

publicado por wherewego às 10:54

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