29.10.08
Breves Narrativas fesquinhas, aqui.
publicado por wherewego às 11:54

A caneta escorrega entre os dedos. Tenta mexer a mão, com sucesso. Agarra novamente a caneta.
Esta escorrega-lhe novamente entre os dedos.
A dormência desaparece rapidamente.
Encontra-se entre o temor e a curiosidade.
Agarra a garrafa de água com a mão. A dormência não volta. Com a esquerda desatarracha a tampa e bebe um trago.
Olha para a mão, belisca-a e sente o ardor.
Olha para a caneta e agarra-a com a mão esquerda. Faz uns rabiscos. Nada acontece.
Agarra novamente a caneta com a mão direita. "Automaticamente" a mão adormece.
Olha para a caneta, atira-a para o caixote do lixo. Senta-se ao computador e escreve o texto pretendido.
publicado por wherewego às 11:41

Hesito. A ponta da caneta vai sujando o papel, sem que uma letra ou palavra se distinga.
Tento que seja a caneta a escolher o caminho, que seja ela a pensar.
No entanto, os pontos, rabiscos e traços não ganham personalidade linguística.
Começo a passear mentalmente pelo alfabeto. Com que palavra começarei o texto?
E começarei com um verbo, um artigo ou um adjectivo?
Para quê perder tempo com o tamanho do texto se ainda não lhe descobri o tema? Ou que tipo de texto será?
Deixo a caneta a olhar para o papel, de cima para baixo.
publicado por wherewego às 11:37

28.10.08
Muitos me têm perguntado sobre a actual crise tripeira.
O meu comentário é multiforme. Começo por questionar o uso da palavra actual.
O ano passado quando dizia mal de Jesualdo (e sempre o fiz) acusavam-me de dizer mal de barriga cheia. Que estava à frente do campeonato, que o ganhei com 20 pontos de avanço, que era simplesmente má língua.
Fui-me ficando.
Jesualdo tem um ponto a favor. Fez o Porto ganhar campeonatos outras vez, depois da saída de Mourinho. O problema é que, na minha óptica, nada do que foi feito teve a sua base em Jesualdo. Jesualdo aproveitou o bom trabalho de Adriaanse, que tinha contra si ser um mau gestor de homens. Era a táctica do General, que deu nos resultados que deu. Mas não podemos tirar algo que pertence a Adriaanse - a capacidade do ponto de vista táctico. Adriaanse colocou alguns jogadores a praticar excelente futebol. A equipa cresceu tacticamente. Infelizmente, a personalidade não se revelou a melhor. E foi-se buscar Jesualdo, que é o contrário. Do ponto de vista humano não é excelente mas é bem melhor que o anterior, do ponto de vista táctico é uma nulidade. Fala muito, e concretiza pouco. Aliás, ele e a equipa.
Os jogadores, para além de não saberem o que devem fazer, não estão motivados, as substituições são sempre as mesmas e ao mesmo minuto. A conversa tenta convencer, a equipa nem por isso.
A resposta dada depois de ter levado 4-0 do Arsenal devia ter dado origem a uma reprimenda vinda de cima, pelo menos. Não deu.
O Porto, parece, que não vejo, joga pior a cada jogo que passa. E a desculpa é a de ter muitos jogadores novos. Que foi a mesma quando ganhou o primeiro jogo de Liga dos Campeões.
O ano passado adormeci muitas vezes a ver jogos do Porto. Este ano, sem SPORTV, não sofro dessa maleita.
O Benfica foi campeão com Trapattoni num campeonato que parece tirado a papel químico deste (pelo menos a avaliar pelas primeiras jornadas). Equipas fracas, campeonato nivelado por baixo e o grande que estiver menos mal ganha no fim. Não por mérito próprio, mas por demérito dos outros.
Claramente que este Porto não vai a lado nenhum seja com que jogadores for. O Quaresma o ano passado precisava de 10 cantos para acertar um. Isto não se resolve nos treinos? Não? Troca-se de jogador! Mas nunca houve coragem- Este ano é mais grave, parece que ninguém o pode fazer. Ninguém sabe. E a capacidade física, sem Azenha, é bem pior.
As constantes viagens de avião servem de desculpa, o número de jogadores novos serve de desculpa, o azar serve de desculpa.
Jesualdo nunca ganhou nada antes de vir para o Porto. Conseguiu-o no Porto.
Esperemos que o clube o continue a fazer depois de Jesualdo sair.

E quanto mais cedo melhor.



Nunca gostei de Jesualdo, por isso é mais fácil.
publicado por wherewego às 14:37

23.10.08
A RTP ontem fez serviço público, vá meio serviço público.
Deu o excelente Infernal Affairs 2 (Infiltrados 2). Meio serviço público porque dá o filme depois da meia-noite. Meio porque sendo o filme do meio de uma trilogia ganhava com a projecção dos outros dois, que eu saiba não aconteceu num período de tempo curto. Meio porque acharam que o filme era digno da cotação de Adultos, vulgo bolinha vermelha no canto direito do televisor.
Quem me lê há algum tempo sabe da minha paixão por esta trilogia. E o segundo é mesmo o favorito. Mas pergunto-me o porquê da cotação para adultos? Pela violência? Dão filmes mais violentos aos fins de semana à tarde. Pelas asneiras? Não tem. Ao contrário da maioria dos filmes que passam sem bolinha vermelha. Por ser de Hong-Kong?
Alguém que me explique por favor.
publicado por wherewego às 12:40

Lembro-me de uma cadeira na licenciatura que me deu imenso prazer. Mesmo tendo em conta o tom de voz da professora, mesmo tendo em conta que muitas vezes não percebia o que ela dizia. É verdade que li muitos livros durante aquelas aulas, mas a verdade é que fui sempre tirando alguns apontamentos, e fiz a cadeira com 14 ou 15!

Anos depois, encontro-me a fazer um mestrado. A caio na mesma situação. Podia passar uma tarde inteira a ouvir uma determinada pessoa. Se percebo o que ela diz? Nem sempre, por vezes quase nada. Como na licenciatura, as reacções dos colegas são negativas. Eu? Fico na dúvida se serei aprovado ou não, mas está-me a dar um gozo enorme.
publicado por wherewego às 11:10

22.10.08
Ausente da blogosfera, pelo menos em voz própria. Tenho lido qualquer coisa, mas produzido muito pouco (nada é o termo)!
O dia-a-dia tem sido preenchido por dirigir-me à escola, preparar aulas, corrigir trabalhos e dar as respectivas aulas. Depois meter-me no carro para assistir a aulas. Preparar duas sessões (que eram inicialmente uma) de Escola Dominical sobre revelação e autoridade da Bíblia, e tentar ler todo o material estritamente essencial para o Mestrado (a triagem tem sido complicada em algumas cadeiras).
Entretanto ando a ler Platão e o Simulacro, Sobre o que é um Acontecimento, entrevistas com Habermas e Derrida sobre o 11 de Setembro e um livro intitulado Emotional Branding.
Tudo isto e ontem quase que gargalhei numa das aulas. O professor dizia que era suposto os alunos de mestrado terrem 5 horas diárias de trabalho autónomo. Eu até gostava de ter esse tempo, mas não consigo. Se guardar uma hora para ler e reler algumas coisas dou-me por satisfeito.
publicado por wherewego às 11:49

16.10.08
Nos anos 80 e 90 a Igreja em Portugal começou a discutir o estilo musical das reuniões.
O "Rock in Igreja" de John Blanchard foi comprado e discutido até à exaustão, principalemente pelos jovens.
Pelo que conheço, e deixo de fora as igrejas pentecostais, parece-me que o medo não se concretizou. O Rock não ocupou espaço na Igreja, antes o pop. Pop porque fica no ouvido, porque se repete até à exaustão e porque é menos agressivo e visceral do que o pop.
Outra das questões abordadas na discussão de há 20 anos, era se o Rock era a melhor expressão para transmitir a adoração. Toda ela baseada no estilo e relegando para segundo plano a letra, que me parece a de maior importância. O estilo dos cânticos (não hinos) que se cantam é por demais homogéneo, por vezes parece-me que a única coisa que muda são as letras. Haverá diferenças musicais entre os discos da Lagoinha ou de Hillsongs, que não ao nível do que se canta?
Outro ponto presente é o de gueto. A produção evangélica contemporânea é interna e para consumo interno. O que se faz (literária, musical, cinematograficamente e outros) é para consumo da igreja e dificilmente irá, ou poderá, atingir os que estão fora. Ao contrário de outros crentes do passado (Handel, CS Lewis, etc).
Ora, a recente mediatização de Tiago Cavaco e Pontos Negros mostra uma alteração de paradigma. São músicos cristãos que fazem música que não se designa por cristã.
O que, por algumas conversas, parece incomodar algumas pessoas.
O que não deixa de ser interessante. Parece que ao fugir do gueto, sem fazer algo obrigatoriamente apologético, se está a cometer um pecado capital.
Ainda para mais quando há imagens biblicas nas músicas, mas não obrigatoriamente uma mensagem evangelística. Embora, em algumas (quiçá, mais em Guillul, haja uma cosmovisão que não será de todo mundana).
Será uma temática interessante a abordar no futuro. Até que forma os crentes se sentem ofendidos pela emergência de valores musicais saídos da Igreja, ou se o gueto vai começar a abrir-se para o mundo lá de fora.
PS: o JN na análise que fez do Magnífico Material Inútil, coloca a questão:
meninos de igreja a fazer rock? Melhor ainda: meninos de igreja a fazer do melhor rock que tem aparecido por cá? Mas que rock é esse?
Questão que se coloca até mesmo dentro da igreja, penso eu.
publicado por wherewego às 14:42

O Honeymooners Through Scotland foi actualizado. Actualizadinho.
Já vamos a 21 de Agosto, 2º dia de visita na Escócia, em Inverness.
publicado por wherewego às 12:54

14.10.08
Diz a expressão "Viver sem lei nem Rock".
Imaginei um anarquista que ouve música pimba.
publicado por wherewego às 12:14

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