09.12.08
A Bertrand tem uma iniciativa interessante. Escrever uma carta de amor, a melhor fará parte de um livro só com cartas de amor.
Giro, não é? O busílis é que só aceitam candidaturas via carta dos CTT, os mails ficam de fora. Novas tecnologias? Não gostam...aparentemente.
Ora, como eu não tenho tempo para ir aos correios, deixo aqui a minha (humilde) pseudo-tentativa.

Gostava de te dizer pessoalmente o que sinto. Sonora e arrebatadamente. Mas tenho medo do tom de voz, e de ser mais ou menos espalhafatoso.
Todo eu tremo cada vez que olhas para mim. Gostava de ser dono dos teus olhos. De entrar dentro da tua alma, de te conhecer mais intimamente.
De antecipar cada palavra, cada sopro, cada suspiro. Acho que já o faço, mas dissimulo. Tenho medo da tua reacção. De te ouvir dizer “que não”, “afasta-te” ou “estás louco(?)”. E estou, imensamente, louco por ti.
É loucura, é paixão, e amor. Três coisas diferentes. Mas que se juntaram para dar cabo da minha sanidade.
Há pouco entraste na sala. Com aquele sorriso tímido, mas belo. Um ar humilde, quando podias ser petulante. Os olhos negros, nessa escuridão não teria medo de entrar. Esse olhar sereno enlouquece-me. Pouco a pouco. Sorriste-me, como sempre sorris. E perdido, encontrei-me.
Aceita esta carta. Responde-me. Não, não respondas. Ou melhor…
Não sei se alguma vez ela chegará a ti. Vê como me deixas. Perdido, com medo de me encontrar. E gostava que fosses o meu ponto cardeal, mas tenho medo da viagem. De não chegar a bom porto. Medo que tu sejas a tempestade que me destrói e não o suave porto que me acolhe.
Amo-te. Menos do que poderei. Mais do que consigo suportar e, essencialmente, calar.
Tímido demais para gritar ao mundo, amo-te. Grito-o aqui, nesta folha de papel. Só para ti.
És senhora da minha voz.
Amo-te.
E tu?
publicado por wherewego às 10:24

05.12.08
Que eu gosto de cinema asiático já vocês sabem. Salivo com um bom filme de terror japonês, mas não desdenho um vietnamita que tenho lá por casa. Gosto do cinema policial de Hong Kong, e do existencialismo de Wong Kar Wai. Gosto do humor desbragado e sem sentido dos chineses e japoneses. Não sou muito adepto dos filmes de artes marciais, mas dependerá sempre do filme.


Talvez por isso, estava com expectativa para ver este filme. Dragon Wars, um filme badalado, uma co-produção sil coreana e os EUA, com o objectivo de lançar uma produtora de filmes escritos e realizados por sul coreanos, com actores (piores que os dos Morangos, neste caso. E é fácil de avaliar, porque os diálogos podiam ter sido retirados duma telenovela juvenil, se esta tivesse dragões ou serpentes.) americanos. O filme foi a mais cara produção de sempre na Coreia do Sul (até à data - 2007) e, pasmo, até foi um sucesso, pelo que a sequela está nos planos.

Eu gosto de filmes com monstros (King Kong, Jurassic Park, Godzilla(s), e outros tantos), mas posso dizer que este foi o pior filme que tive a oportunidade de ver este ano.

É simplesmente mau, safam-se os efeitos especiais, e mesmo assim, às vezes aquilo é demasiado pixelizado.

Os diálogos são fracos, o argumento cómico, mesmo quando tenta ser sério, as personagens inexistentes e os actores, mãezinha, os actores do pior que se consiga imaginar, pelo menos os principais.

Qual é a história? Não interessa muito, mas tá bem. Há uma profecia que nos diz que uma jovem, que tem ou é uma Yuh-Yi-Joo, tem de ser sacrificada, para que uma serpente (Imoogi) se torne num Dragão Celestial. O problema é que há uma serpente boa e uma má, e a má anda atrás da...jovem, claro!

Ethan, um jovem jornalista, é a reencarnação do amado da jovem de há 500 anos, que por sua vez reencarna numa loura burra, chamada Sarah.

E fiquemos por aqui.
O filme é uma mistura de Senhor dos Anéis, com Godzilla, com Star Wars, mas em muito mau.
Péssimo, do início ao fim.
Se virem isto, fujam. Não caiam na tentação.
Se caírem, não digam que não vos avisei.
publicado por wherewego às 11:44

Para que servem trailers literários? Provavelmente, simplesmente para publicitar os livros.
A mim fazem-se espécie.
Vejam o trailer no post anterior. Nada acrescenta ao que vem escrito nas costas do livro, aliás, tem mesmo menos informação. É para chegar a outros possíveis leitores? Àqueles que não sabem o que é uma livraria, mas que vendo televisão ou o YouTube podem sentir-se convencidos a tentar ler o livro?
Se o trailer tivesse algum extra, uma mini-entrevista, a opinião de alguém (um crítico, por exemplo. Desde que não se caísse na facilidade de colocar personalidades a comentar um livro, por vezes o testemunho é andrajoso e lambe-botas), mas mesmo assim.
Um livro é para ser lido, tocado, agarrado, investigado. Claro que leio as críticas nos jornais e revistas, ou ouço-as na rádio, bem como entrevistas aos autores nos diferentes media, mas fazer um trailer de um livro é perder a noção do que o livro é. É trair um pouco o meio pelo qual ele é transmitido, é encerrar em poucos segundos uma espécie de essência do livro, mostrando a capa e uns chavões mais ou menos correctos e coerentes.
Eu não gosto, mas esta é a minha opinião.
publicado por wherewego às 11:23

Consegui arranjar tempo para ler o 2º Volume da série Millenium, de Stieg Larsson - A rapariga que sonhava com uma lata de gasolina e um fósforo.
Mikael Blomkvist continua a ser o mesmo, demasiado dado ao sexo feminino, sem perceber que isso colocou em causa o seu relacionamento com Lisbeth Salander.
Neste livro, passado um ano depois dos acontecimentos do primeiro, deparamo-nos com um duplo homicídio e com as provas a apontarem para a autoria de Lisbeth. Blomkvist será uma das pessoas a não acreditar na culpabilidade da rapariga e que tudo fará para encontrar os culpados.
Deve ser a primeira vez que sinto a perda de um autor, já que o objectivo de Larsson era escrever 10 livros, tendo escrito 3 deles, antes de morrer de ataque cardíaco.
Os dois primeiros, já editados no nosso mercado, são dois tijolos, mas que se devoram em menos de nada. Este segundo volume, um pouco mais longo que o primeiro, padece, a meu ver, de um final um pouco mais rápido, e menos reconciliador com o futuro imediato das personagens. A ver vamos onde começa o terceiro romance.
Tudo aquilo que tinha gostado no primeiro está aqui. O suspense, a descrição das personagens, o deixar algumas coisas por dizer, a descrição da sociedade. Cada vez mais gosto de escritores suecos, pelo menos no campo do policial.
Uma série para ser comprada e lida.
Vejam aqui o trailer (está na moda fazerem-se trailers para livros. Não gosto e não entendo, mas está bem) e podem clicar para ir ao site português dos livros (que me parece fraco, mas pronto!).
publicado por wherewego às 11:02

04.12.08
Deixo aqui o texto na íntegra, com sublinhados meus.
O Domingo contra a Desumanização
No âmbito das discussões em curso no Parlamento Europeu e relativas à Directiva sobre Tempo de Trabalho, há quem procure realçar a importância de que o Domingo continue a ser o dia consagrado ao repouso por excelência. É essa a posição de alguns deputados europeus de diferentes famílias políticas e também da Comissão dos Episcopados da Comunidade Europeia (COMECE). Também em França (talvez o país europeu onde o trabalho dominical tem mais restrições) está a ser discutida esta questão.A fidelidade às raízes cristãs da cultura europeia passa também por aqui. Tornar o Domingo um dia como outro qualquer desfiguraria essa cultura. O respeito pelo Domingo como dia de repouso está historicamente ligado à sua dimensão religiosa cristã, que acentua o primado de Deus e do Seu culto. Esta dimensão continua a ser importante para uma parte significativa (mesmo que minoritária) da população europeia e este facto não pode ser ignorado, em atenção ao valor da liberdade religiosa.Mas o relevo particular do Domingo não se restringe a este aspecto. Também enraizado na mensagem cristã, mas com um alcance que é partilhado por crentes e não crentes, o sentido tradicional do Domingo tem o significado da recusa da absolutização da lógica económica, do primado da pessoa humana sobre essa lógica. A pessoa humana e a harmonia da sua vida familiar e social não têm que se subordinar por inteiro aos ritmos da produção e do consumo, também estes têm que se subordinar aos ritmos da vida pessoal, familiar e social. O trabalho é para a pessoa e a sua família, e não o contrário.
Poder-se-à dizer que tudo isto é respeitado quando se consagra o direito ao repouso, independentemente do dia em que este possa ser gozado. No entanto, porque a pessoa não se realiza no isolamento individual, mas, antes de mais, na família, é forçoso que o dia de repouso seja o mesmo para todos os membros da família, cada um dos cônjuges e os filhos. E como a pessoa também se realiza na comunidade, também é forçoso que haja um dia de repouso comum, que facilite a realização de um leque variado de actividades associativas, de âmbito religioso, cultural e recreativo.
Dir-se-à, por outro lado, que pode ficar ao livre critério de cada um escolher, ou não, o Domingo como dia de repouso. Porém, o pressuposto que preside a toda a legislação laboral assenta na realidade da menor força negocial dos trabalhadores, que, até por exigências de sobrevivência, são praticamente obrigados a aceitar as condições que lhe são propostas. Muitos terão que aceitar trabalhar ao Domingo não porque queiram, mas porque não têm alternativa.
Há quem fale, a este respeito, em “ecologia social”. E é legítimo associar, como o faz a Comissão dos Episcopados da Comunidade Europeia, esta questão à defesa do chamado “modelo social europeu”.
Como o foi na Antiguidade, e como o foi nos primórdios da Revolução Industrial, o Domingo pode ser, também hoje, uma barreira contra a desumanização.
Pedro Vaz Patto in http://oinimputavel.blogspot.com
publicado por wherewego às 12:50

Confiram um artigo interessante - O Domingo Contra a Desumanização, hoje no Público, e publicado também aqui.
Gostava de auscultar a opinião do Eduardo Pitta, que tem escrito alguns posts sobre a abertura das grandes superfícies ao Domingo.
Já agora, não há outro sítio para os pais irem passear com os filhos que não os centros comerciais? No meu tempo ia à Arrábida, à praia, ao campo, ao Alentejo. Hoje, todos os caminhos vão dar aos Fóruns, mas não os da antiguidade. Triste sina, a nossa.
publicado por wherewego às 12:46

03.12.08
A maior greve de sempre?

A questão não é 'Who Cares'?, é 'Who Knows?'.
Como sempre o Governo (como todos os Governos) faz ouvidos moucos, mas também se queixa de dioptrias.

Será assim tão difícil fazer uma contabilização séria? O Magalhães não tem software para isso?
publicado por wherewego às 14:50

Hoje ainda não aqueci as mãos. E nem tem sido o dia mais frio dos últimos 10 dias.
publicado por wherewego às 14:48

-Toma, toma, as escolas estão abertas!
- Abertas, mas sem docentes.
- Mas abertas...
- Algumas...
- Algumas? Todas.
- Mas não se vê vivalma. Não há professores. E desta vez nem se podem queixar que a greve não calhou nem a uma 2ª F nem a uma 6ªF.
- Foram prás compras de Natal, foi o que foi. Esta gente para não trabalhar...
- Não sejas parvo. As pessoas lutam pelos seus direitos. E sem ovos, desta vez.
- Esses não era pessoas, eram os alunos. Gente sem senso, ou saber.
- Sem senso ou saber pelos programas que temos de dar, ou que vocês nos dão para dar.
- Programas? Que mal têm os programas?
- Nenhum...! Que os alunos não saibam quem foi ou o que escreveu Gil Vicente, Camões, Pessoa... Coitadinhos, que são coisas complicadas para serem percebidas pelas suas tão novas cabeças.
- Que interessa isso? Desde que saibam discutir sobre o frango do Quim, ou sobre o Big Brother. Por falar nisso, estou com saudades de ver um Big Brother.
-Parece que a TVI vai dar um no próximo ano.
- Ah, estou mais descansado. Estou farto de novelas.
-Também eu. Olha, vou às compras.
- Até logo, amor. Hoje, saio mais cedo.
- Tá bem, Sr. Secretário.
- Até logo, sra. Professora. Amo-te muito.
publicado por wherewego às 14:32

Demasiado embrenhado em testes, trabalhos, estudo e afins para pairar por aqui.
O fim de semana de 3 dias para pouco deu. Incrível!
Ainda assim, deu para ver de rajada o díptico de Johnnie To (cinema de Hong Kong) Eleição.
Dois filmes violentos e pouco moralistas sobre a eleição para chefe das tríades de um dos grupos da máfia de Hong Kong.
Gostei, embora ache descabida a comparação com O Padrinho. A temática é a mesma, ou similar. Mas, o estilo, a cultura, a forma do crime... isso pouco têm a ver.
Extras, a 1ª série, espera por mim. Para quando, não sei.
O Stieg Larsson já cá canta, mas o tempo para ler o 2º volume é escasso. Com sorte, acabo-o lá para Fevereiro.
Os Patriots apanharam uma tosa dos Pittsburgh que nem contado se acredita, com erros incríveis.

Por outro lado, uma boa notícia. O MEO vai ter o SCI-FI. A ver vamos em que pé começam as séries, seria interessante ver de início o BattleStar Galactica, já que a compra no ebay anda complicada.
publicado por wherewego às 11:11

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