Poucos serão os evangélicos que nunca terão ouvido pregações ou admoestações sobre casamento com descrentes, ou crentes noutros credos.
A Igreja não deve ser um clube. Se a tomam como tal, podem fazer o que quiserem, claro! Se acreditam na doutrina (e aqui faço distinção ente o que a Bíblia diz e o que a Igreja diz. Problema comum a todos os espectros cristãos, de católicos a protestantes, até aos neo qualquer coisa) bíblica, então o caso muda ligeiramente de figura. Fé não é só crença, é também acreditar num conjunto de preceitos. E aqui a escolha é fácil (doce paradoxo, também é difícil), ou se acredita ou não. Uma fé à nossa medida, tirando e recortando o que não nos interessa, é uma anedota, uma miragem, uma mentira.
Ora o problema é prático, e tem a ver com a vivência diária cristã.
Claro que o exemplo choca mais porque o Cardeal decidiu dar nomes, mas não será totalmente diferente entre o casamento de um crente com um outro qualquer descrente.
De qualquer modo, parece-me que o aviso só tem interesse quando acompanhado pela ideia de prática/vivência diária. Não acredito que para os católicos/evangélicos de herança cultural isso seja um problema, não estão a viver a fé ou pela fé. Para os outros, crentes activos, o caso é mais sério. E tem trazido dissabores.
Claro que aqui, como em outros temas, a cultura dominante encara a doutrina bíblica como ultrapassada, e a cultura dominante como tolerante, ideal e mais humana. Leiam I Coríntios, e vejam o quadro todo.