Nos últimos tempos tenho lido e visto Naruto. E tenho ficado ligeiramente viciado, ainda que confesse, mais na manga do que no anime. No anime fiquei fascinado com uma das canções de abertura, que tem uma pedalada muito boa e como num dos canais dá com karaoke, já consigo cantar alguma coisa (para quem não sabe cantar, entenda-se). Deixo aqui a canção.
Ora, esta semana chegou uma encomenda com dvds do Naruto (sim, eu sei!) e consegui ver um dos episódios. Ora, os episódios que comprei estão na parte da série que tem aquele genérico e respectiva música. Como a série está legendada em inglês, também a música o está. querem saber a letra do que ouviram?
Cá vai.
A verdade é que aqui, a letra faz mais algum sentido. A versão que eu tenho é bem mais negra e abstracta.
Vá, fica aqui uma tradução, aparentemente em português do Brasil.
Não garoto, não chore 1 2 3 4
Ei garoto, escute o que vou dizer As pessoas não são grande coisa Já não lhe direi mais sobre o amanhã Por isso não esconda seu punho fechado
Venda sonhos para a insegurança até ela sumir Não tem nenhum velho aqui Ei garoto, o rifle de dentro de seu coração É só você que pode apertar o gatilho
Todos os jovens disseram Que não tem mais jeito, e é ridículo Pois neste Mundo maravilhoso Só se pode viver agora
Todos os jovens disseram Todas as verdades e mentiras Faça o possível para nunca esquecer isso
Todos os jovens disseram Que são jovens demais para morrerem Apenas o nascimento, a vida e a morte,estão em ordem Viva no ritmo dos sonhos dessa cidade
Todos os jovens disseram Que em noites sem vento como a de hoje Estão tentando mudar algo
E para ser chato, aqui fica a versão em inglês, que é LIGEIRAMENTE diferente. E igual à do meu DVD.
Boy, listen to me!
Humans really aren't all that important You don't need something like tomorrow, don't hide your clenched fist! You're not old enough yet to be selling your dreams to anxieties Boy, the only one that can pull the trigger To the gun in your heart is you!
All the kids said, "Tear open our hearts! That guy that gave up... he's another story," All the kids said, "These yelling voices of ours Are finding freedom from underneath our beds,"
We don't always see eye to eye, all of the wounds scattered on me that day Are still causing me to stumble But I'll drag on forward, forward I'm feeling a bit disconnected, I'm crying out Though no answer is coming Sitting, doing nothing and laughing I don't want to become someone like that
All the kids said, "There's nothing we can do, it's pointless. Because we're just living in this magnificent world right now," All the kids said, "All the truths and lies Are things we'll never be able to forget,"
All the kids said, "We're too young to die, aren't we?! All these bored faces lining up in this empty town..." All the kids said, "On this windless night, We're going to make a difference!
O anime não é mau. Tanto o filme (Blood, the Last Vampire), como a série (Blood+), agora aparece pelas salas de cinema (cá não sei) a versão de carne e osso. Tenho tanto de expectativa como de medo. A ver vamos.
Chegar a casa cansado e com pena de ter desafiado a esposa para ir ao cinema, e não ter conseguido chegar nem a tempo, nem com vontade. O que fazer? Ir ao clube de vídeo, o do MEO, e escolher qualquer coisa. Não muito parada, não muito violenta, não muito longa. Esquisitos... O que ver?
Hesito entre o Batman (demasiado longo); um filme chamado Breach (com um elenco interessante) e outro que já não me lembro. Destes o único que parece interessar minimamente à cara metade é Breach...
De repente, aparece-me este Bem Vindos ao Norte, de que tinha lido maravilhas, ainda que não acredite sempre nos críticos e muitos menos nas análises a filmes europeus. São sempre bons, mesmo quando horríveis.
Vejo o trailer, parece-me simpático. Ela vê também. Arriscamos.
De que trata o filme? Philippe Abrams, um administrador dos correios tenta fazer a vontade à sua mulher e conseguir transferência para o sul quente e luminoso de França. Infelizmente, quando é apanhado na trafulhice para conseguir o emprego, é castigado e enviado para o Norte, para os correios de Nord Pas de Calais, uma das regiões mais frias do País. Um familiar da esposa que já lá estivera informa-o que vai para o inferno. Demasiado frio, as pessoas broncas, porcas e com hábitos pouco civilizacionais. Phillippe vai, com medo, preocupado e só. Depressa começa a perceber que o Norte não é o que dizem e depara-se com uma terra simpática, onde as pessoas são afáveis. Claro que nem tudo são rosas e para complicar as coisas Phillippe confessa à esposa que o Norte é tudo o que pensavam e mais ainda, um horror.
Bem vindo ao Norte é um filme simples, divertido, com bastantes clichés, mas que nos convence com a sua despretenciosidade e humor. É por outro lado um filme de iniciação, a uma outra cultura, a uma outra cozinha, a um outro dialecto. Parece-me que na impossibilidade de fazer filmes de alto orçamento, o cinema europeu podia tentar fazer mais disto. Filmes simples, com uma mensagem de integração, mas um postal de visita a determinado local ou país. (Parecido, embora quase oposto na trama, temos o caso de DOT-Com, o filme português que faz muito com pouco e que nos põe a pensar sobre o que é ser português).
Bem vindo ao norte foi uma excelente opção e um filme a ver para quem gosta de rir, mas já não tem muita paciência para as comédias débil mentais americanas, ou para aquelas pejadas de humor escatológico, ainda que este também apareça aqui.