14.05.09
Chegar a casa cansado e com pena de ter desafiado a esposa para ir ao cinema, e não ter conseguido chegar nem a tempo, nem com vontade.
O que fazer?
Ir ao clube de vídeo, o do MEO, e escolher qualquer coisa. Não muito parada, não muito violenta, não muito longa. Esquisitos... O que ver?

Hesito entre o Batman (demasiado longo); um filme chamado Breach (com um elenco interessante) e outro que já não me lembro. Destes o único que parece interessar minimamente à cara metade é Breach...

De repente, aparece-me este Bem Vindos ao Norte, de que tinha lido maravilhas, ainda que não acredite sempre nos críticos e muitos menos nas análises a filmes europeus. São sempre bons, mesmo quando horríveis.

Vejo o trailer, parece-me simpático. Ela vê também. Arriscamos.

De que trata o filme?
Philippe Abrams, um administrador dos correios tenta fazer a vontade à sua mulher e conseguir transferência para o sul quente e luminoso de França. Infelizmente, quando é apanhado na trafulhice para conseguir o emprego, é castigado e enviado para o Norte, para os correios de Nord Pas de Calais, uma das regiões mais frias do País.
Um familiar da esposa que já lá estivera informa-o que vai para o inferno. Demasiado frio, as pessoas broncas, porcas e com hábitos pouco civilizacionais.
Phillippe vai, com medo, preocupado e só. Depressa começa a perceber que o Norte não é o que dizem e depara-se com uma terra simpática, onde as pessoas são afáveis.
Claro que nem tudo são rosas e para complicar as coisas Phillippe confessa à esposa que o Norte é tudo o que pensavam e mais ainda, um horror.

Bem vindo ao Norte é um filme simples, divertido, com bastantes clichés, mas que nos convence com a sua despretenciosidade e humor.
É por outro lado um filme de iniciação, a uma outra cultura, a uma outra cozinha, a um outro dialecto.
Parece-me que na impossibilidade de fazer filmes de alto orçamento, o cinema europeu podia tentar fazer mais disto. Filmes simples, com uma mensagem de integração, mas um postal de visita a determinado local ou país. (Parecido, embora quase oposto na trama, temos o caso de DOT-Com, o filme português que faz muito com pouco e que nos põe a pensar sobre o que é ser português).

Bem vindo ao norte foi uma excelente opção e um filme a ver para quem gosta de rir, mas já não tem muita paciência para as comédias débil mentais americanas, ou para aquelas pejadas de humor escatológico, ainda que este também apareça aqui.

Recomendado.

publicado por wherewego às 15:02

12.05.09
Faltam-me sete testes e já não sei quantos processos para analisar, preciso de descansar a cabeça, de modos que vou fazer rapidamente o que queria fazer com um pouco mais de tempo.
Já leram o novo diário, o i? E que tal?
Tenho-o comprado desde o nº1 e já tenho algumas opiniões formadas.
Em primeiro lugar, parece-me que as próximas duas semanas vão mostrar bem em que águas o jornal se moverá. Conseguirá manter as tiragens dos primeiros dias? A novidade passará, resta saber quem ficará.
Já se percebeu que há puristas que não gostam de um jornal agrafado, ou pelo menos de chamar jornal a algo agrafado. A mim não me chateia, bem pelo contrário, desastrado como sou não corro o risco de cair ao chão e perder tempo a colocar as folhas em ordem. Sinceramente, gosto. E não desdenho o tamanho. Mi gusta.
Por outro lado, se a organização do espaço, também gráfica, é interessante, ainda que as fotografias nem sempre sejam as melhores, e as capas não primem pela capacidade de agarrar ninguém. A capa do 1º nº era má, a de hoje bateu-a aos pontos. Penso que aqui poderão fazer melhor.
Depois tenho um problema com nomenclaturas. Na 6ª Fª saiu um suplemente com material inédito do NY Times. Suplemento? 3 textos e 6 ou 8 fotos? Vale a pena chamar àquilo um suplemento? Não seria mais fácil colocar aquele material dentro do jornal? No primeiro dia, tiveram uma reportagem ilustrada. No texto de apresentação diziam qualquer coisa como "fomos ao México fazer esta reportagem". Não sei se foram, se não foram. Se foram não precisavam de ter ido. Se não foram, percebeu-se. De qualquer modo, chamar reportagem a 3 desenhos pespegados em 2 páginas parece-me, mais uma vez, um exagero.
Quanto à revista de Sábado pareceu-me curta. Para mim, e é provável que eu não seja o target, só metade da revista é que valia a pena, depois eram páginas de fotografias, inquéritos, viagens e afins que nada acrescentam em conteúdo, bem pelo contrário.
Claro que nem tudo são críticas. Como já disse, gosto da arrumação do jornal, da forma como abordam algumas das temáticas, dá-me uma sensação, por vezes, de semanário diário - o que é bom.
Ter uma foto de Manuela Ferreira Leite na capa, em que a senhora está com uns olhos lânguidos e um sorriso maroto, enquanto lemos que nem todos os casamentos resultam é de mestre. Ajuda ter Maria João Avilez a fazer as entrevistas, a de Manuela Ferreira Leite foi muito boa; ajuda ter Ana Sá Lopes como redactora principal; ajuda ter alguns dos cronistas, dispensável era ter crónicas de apresentação e de satisfação por haver um novo jornal e fazerem parte dele, mas pronto.
Pela primeira vez consigo passar pelas notícias de economia e lê-las. O tamanho de algumas das notícias, ainda que diminuto, ajuda à compreensão, ainda que ao de leve, de algumas situações e esta forma de apresentação é uma aposta ganha.
O editorial é que não me chama puto. Eu tento ler, mas ou é de que quem o escreve, que é chato, ou é do aspecto gráfico. Mas se calhar é do conjunto dos dois.
Enfim, tenho comprado, lido e gostado. Ainda que continue a comprar o meu jornal - o Público. O que é interessante é ver que o Público tem pegado em alguns dos assuntos, mas depois do i lhes ter dado espaço. E não faço juízos de tratamento.
Boa sorte ao i.
publicado por wherewego às 17:22

E ali fomos nós,pela primeira vez como casados. Ela demorando um pouco mais em algumas bancas, eu noutras. Eu à procura dela, a telefonar-lhe para a descobrir.
A chuva ia caindo, umas vezes maior e fria, outras vulgo molha-parvos, uma aberta aqui e acolá.
Depois deter trabalhado na Feira durante 4 ou 5 anos, a Feira deixou de ter grandes segredos para mim, e nos últimos tempos poucos atractivos. Os preços convencem só um cadinho, os livros expostos parecem-me cada vez menos, as caras já não são as mesmas, mesmo aquelas que lá estavam todos os anos há 10, 20 anos, ou mesmo desde o início.
Fui com uma lista mental. Pouco mais trouxe do que aquilo.
Dois Ruben A., um Abel Barros Batista e uma definitive collection de Queen & Country, mais uns comics avulsos, a 0.50€ cada.
A Feira este ano foi isto, mas foi só esta feira. Para mim não faz já muito sentido. Prefiro a feira da net, ir à Amazon, ao Ebay, ao Bookdepository. Consigo o mesmo, a preços bem mais baratos e não chamo nomes aos tradutores/revisores. Assim vou comprando só os luso-portugueses, como se pode confirmar.
publicado por wherewego às 11:20

08.05.09
Fresquinha. Para evitar constrangimentos, é só o que o texto é, uma pequena narrativa ficcional.
Ok? Capisce?
publicado por wherewego às 17:34

Juntinhas, curtas e, espero, interessantes - Breves Narrativas, aqui, nesta linha.
publicado por wherewego às 16:52

Releio Ruben A. e volto a ter aquele prazer que tive a ler os primeiros 5 volumes de Páginas.
Felizmente amanhã penso ir à Feira do Livro, pode ser que traga mais Ruben A. comigo.
Há ali qualquer coisa que me pega, agarra e impele a ler. Mesmo quando não percebo tudo. É a dinâmica da escrita, o humor, o non-sense, o recriar da língua. É o fugir às normas retirando aqui e ali as vírgulas de direito é a violência o ardor a saudade com que ele descreve pessoas passagens experiências é a minha leitura 60 50 40 anos depois e reconhecer ou entrever locais que ele descreve que eu conheço mas que ao mesmo tempo desconheço.
Nada contra Nuno Bragança, mas troco-o pelo A. em qualquer momento. Aqui e agora

!
Pena o tempo que falta, para me refastelar numa cadeira, deitado no chão, na cama ou na areia da praia e lê-lo durante um dia, ou somente uma hora.
Já disse que amanhã vou à Feira do Livro? Senhores da Assírio e Alvim esperem por mim, ainda que primeiro passe pelos alfarrabistas, sempre à procura deste autor.
Que trampa de final para este texto, enfim...
fu
i
...
publicado por wherewego às 15:21

Olho para a foto do autor do livro. Tem um ar tímido, parvo, mas ao mesmo tempo uma aura de intelectual. Olho-o nos olhos, sem que haja reprocidade. Tento-o encontrar no livro. Mas sei que o autor está sempre ausente das suas obras, mesmo quando presente.
Já o sofri na pele. Gente que me manda mails ou sms, ou faz comentários aqui tentando auscultar a minha saúde física, mental e o meu estado psicológico, sem ter atentado na tag que em baixo diz: Breve Narrativa.
Juntam a pessoa à narrativa, à trama, ao sentimento da ficção. E sinto-me misto. Confundem o poder das palavras com a realidade, confundem o poder e mística da ficção com as possibilidades da realidade, por vezes de pendor ficcional.
Leio algumas linhas do livro e esqueço-me da foto do autor. Porque ele vale enquanto obra, independentemente da ideologia, da gordura, dos hábitos, da personalidade deste. quantos não escrevem coisas diferentes do que pensam? quantos não se inventam e reinventam o presente, passado e porvir nas suas páginas? quantos não se aniquilam, palavra a palavra, frase a frase, somente para que alguns os encontrem nas suas páginas?
Escrevo aqui e acolá, esquecendo-me. Mas sei que alguns me vão encontrar ali, mesmo que não esteja.
publicado por wherewego às 15:07

É um prazer pecaminoso poder comprar um livro e arrumá-lo na prateleira. Não o ler de imediato.
Por vezes é força das circunstâncias. Comprámos o livro porque o queríamos ler, mas o tempo, o momento, a vontade passaram por nós. E ele vai ficando ali, quieto, mudo, só, paralizado.
De vez em quando, colocamo-nos frente à prateleira, à procura do próximo. Já estamos fartos da lombada, já lemos algo do autor e estamos de pé atrás.
Até que um dia pensamos "porque não"?
Agarramos nele, sem grandes expectativas, começamos a lê-lo e recriminamo-nos por termos demorado tanto tempo. Recriminamo-lo por ele se ter escondido, permanecido quedo e mudo.
E nessa altura percebemos, uma vez mais, o prazer da leitura.
Lemos porque sim, não porque alguém nos disse para ler, ou porque todos os jornais falaram dele. Talvez por isto, mas no nosso tempo.
É este o prazer dos livros perdidos no tempo e esquecidos no espaço
publicado por wherewego às 15:02

06.05.09
Nos últimos dois meses pouco tenho escrito aqui.
A verdade é que os próximos 2 assemelham-se aos que já passaram, se não com pior cara mesmo.
Assim sendo, vamos parar um pouco.
É o fim, de que venho falando volta e meia? Não sei. Aproveitando a linguagem da crise e em crise, entramos em Layoff.
Suspende-se, embora não seja dogmático e não acredite nos 6 meses de inactividade, mas o término é também uma possibilidade. O tempo dirá.
Até já...
publicado por wherewego às 15:37

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