Andamos a ver Jericho lá por casa. E a avaliar pela primeira metade da primeira série ainda não acredito que a série foi cancelada, nunca conseguindo captar espectadores suficientes para escapar ao cancelamento, embora os fãs que angariou tenham sido fieis, conseguindo que a série voltasse para uma breve, e mais curta, segunda temporada, à pala de 20 toneladas de amendoins enviadas para a CBS!
A verdade é que Jericho consegue ser melhor série do que muitas que se mantêm por diversas temporadas. Nos EUA, o dia e a hora a que as séries são colocadas no ar marcam as possibilidades de sucesso. E ao contrário dos filmes, é o mercado americano que manda, não havendo outras possibilidades mesmo que a série seja um grande sucesso no resto do mundo.
Jericho conta a história de uma cidade americana Jericho, no Kansas, depois de um ataque nuclear a várias grandes cidades americanas.
A primeira temporada centra-se nos residentes de Jericho e nas diferentes formas como estes reagem e sobrevivem aos desafios da sua nova condição.
Os medos comuns, mas o ataque de mercenários e a presença a poucos quilómetros de um bando de bandidos tornam-se alguns pontos de interesse e conflito nos 12 episódios já vistos.
O personagem principal é Jake Green, um dos filhos do Mayor da cidade que volta à cidade e ali permanece devido ao ataque nuclear, outro dos personagens com mais tempo de acção é Robert Hawkins, um novo habitante e que sabe mais sobre o que aconteceu do que à partida poderíamos supor.
Jake torna-se, pouco a pouco, um dos líderes de Jericho, protegendo a cidade e os seus habitantes, "dividido" entre um antigo amor e uma professora que se apaixona por ele.
A série é divertida, joga bem com o relacionamento entre os diferentes personagens e a dinâmica da pequena cidade americana, enquanto acrescenta a isto diversas e diferentes temáticas como a identidade de uma comunidade, a ordem pública, o valor da família e as generation gaps, tudo isto enquanto vai brindando o espectador com diversos mistérios, relacionados com o passado, essencialmente, dos dois personagens nomeados, mas também sobre os responsáveis dos atentados e as razões por trás deles. Acima de tudo está bem escrita, com um bom desenvolvimento dos personagens e mantendo o interesse, espicaçando, do espectador.
Ainda assim, Jericho tem-se revelado uma série algo leve, por vezes, parece demasiado telenovelesca (há demasiados casos amorosos, demasiadas mulheres com interesses amorosos que acabam por retirar algum tempo à acção), mas acaba por conseguir um equilíbrio interessante.
Já este ano, foi anunciado o regresso de Jericho em dois media diferentes, assim Jericho deverá continuar a sua carreira e a storyline, com uma terceira temporada em BD, pela Devil´s Due
(entrevista aqui), e parece que há a possibilidade de terminar a história com um filme.
Diz Turteltaub: “We’re developing a feature for Jericho. It would not require you to have seen the TV show, but it gets into life after an event like this on a national scale. It would be the bigger, full on American version of what's going on beyond the town in Jericho."A ver, no nosso caso, a acabar de ver a primeira season, já que a caixa com a segunda já se encontra no móvel:p