16.01.10
Jesus chama Kardec é das frases, religiosamente falando, mais estranhas que já vi.
publicado por wherewego às 16:51

Concretizar coisas na escrita é mais fácil do que dizê-las.
publicado por wherewego às 13:07

O equilíbrio interior por vezes é difícil de manter. O cansaço físico e psicológico ajudam ao desequilíbrio.
Às vezes não é preciso muito para a muralha começar a ceder. Algo que não conseguimos fazer, algo que fazemos mas não atinge o objectivo, uma crítica velada (prefiro as directas), uma piada que me faz sangrar.
Se calhar estou a precisar de férias...
publicado por wherewego às 11:21

15.01.10
O passado é um país que vale a pena visitar. Os seus habitantes são parecidos com aqueles que conhecemos, mas ao mesmo tempo são muito diferentes.
Visitamo-lo de vez em quando, mas muitas das vezes saímos de lá tristes com a imagem pálida do presente. Se é verdade que o construímos com as nossas memórias e vivências, a verdade é que nem sempre o devemos misturar com o presente.
publicado por wherewego às 14:48

Nas últimas duas semanas tenho interagido com pessoas que conheci. Escrevo no passado porque os anos alteram demasiadas coisas. Não ouso cometer a veleidade de pensar que ainda os conheço. Já passei pela experiência de reencontrar amigos, anos depois, e constatar que já não os conhecia e vice-versa. Sem querermos (às vezes), consciente e inconscientemente vamos mudando. A fisionomia muda, os nossos gostos, a nossa forma de estar e de ser, temos mais ou menos pachorra para determinadas coisas, vamos crescendo, envelhecendo, como diz o povo, ou rejuvenescendo, conforme a personalidade de cada um.
De qualquer modo, há pessoas que nos conhecem de forma diferente, dependendo do contexto, da familiaridade que lhes demos, do que lhes demos a conhecer.
Há pessoas que me conhecem há anos, mas não me conhecem, intuem algo, acertando várias vezes, mas outras, que me conhecem há bem menos tempo, conhecem-me demasiado bem.
Ontem, no FB, alguém com quem privei durante anos escrevia que em miúdos (e o miúdos durou imenso tempo) éramos demasiado sérios para a idade.
Gostei imediatamente da expressão. Acredito que muitos me coloquem imediatamente dentro dela, que outros tenham mais dificuldade em fazê-lo. Depende do círculo onde me movo e de onde eles me conhecem.
Gostei imediatamente da expressão, mas não sei se concordarei com ela a 100%. É o problema de querermos ser algo que não somos e dos outros verem o que somos? Talvez. Acredito que fui e sou, por vezes, demasiado sério para a idade, mas penso que trocamos a seriedade pelo desinteresse. Na verdade, em muitas situações acho que o meu desinteresse para com determinados valores, ideais, hábitos (próprios daquela idade) foi encarado como seriedade. Não era, era desinteresse.
Claro que podemos ser desinteressados alegres, em algumas situações não deixei de o ser, talvez não com toda a gente.
Vieram imagens à minha mente, desses anos, acho que nunca me ri tanto, como então. Brincávamos, ríamos, éramos maldosos, cínicos (contraditoriamente, por vezes, sem maldade) mas éramos tão divertidos como a idade nos deixava ser.

A seriedade fechou e mas abriu-nos portas. Somos hoje o que somos, para o bem e para o mal, pelo que fomos construindo ali e pelas decisões e mudanças que fomos fazendo desde cedo.


publicado por wherewego às 11:53

14.01.10
Comprei há uns meses 30 números de Sandman Mystery Theatre, escritos por Matt Wagner e Steven Seagle e desenhados por Guy Davis. Do 30 ao 60. A série conta a história de Wesley Dodds, o Sandman clássico, durante os anos 40. A Segunda Guerra Mundial, o comunismo, o anti-semistismo, mas também o feminismo, racismo e aborto são temas abordados pela série.
A ideia ao ler estes 30 números é que a série foi crescendo, perdendo, por vezes, com a fixação de arc-storys de 4 números.

Embalado pela leitura, comprei a última história editada, uma mini-série, que mata o herói da série original e apresenta um novo herói já no século XXI.
A arte é interessante, bem melhor do que Nguyen me habituou, mas a história atinge requintes de malvadez. Nunca me senti tão desiludido, enganado e aborrecido com uma história de BD. Ainda para mais, é inconsequente, completamente desnecessária e em 5 números não consegue caracterizar nenhum dos personagens de forma satisfatória. Depois há uma incongruência com datas que nem merece referir.
Completamente escusado. Pela primeira vez pensei em escrever para a Vertigo a pedir o meu dinheiro de volta.
publicado por wherewego às 10:59

Não me lembro de uma única notícia sobre o Haiti nos últimos 10 anos, nos media portugueses. Deve ter havido, o problema será meu.
Mas, haverá alguma perspectiva que ainda não tenha sido abordada na tv portuguesa? O que é demais é moléstia. Já vi experiências pessoais, vídeos feitos no momentos, enviados especiais, a perspectiva política (mundial e cá do burgo), a perspectiva religiosa, a ajuda da Cruz vermelha/azul (nesta e noutras situações), a perspectiva científica (em português e inglês), a perspectiva da construção civil.

Tenho dificuldades em encarar tudo isto somente como tratamento justo do que aconteceu. Quando há mortes, os abutres aproximam-se...
publicado por wherewego às 10:37

12.01.10
Fiz a curta viagem Seixal-Barreiro sem o pé no acelerador. Admirado porque hoje não são muitos aqueles que passam por mim. Com o temporal que está, chuva e vento, poucos são os que arriscam a andar a mais de cem km/h. Quando tentei acelerar um pouco mais, senti o carro tremer pela força do vento.
Cheguei inteiro.
publicado por wherewego às 10:14

11.01.10
Acordo.
Sou vencido pela necessidade de me levantar da cama. Passo pelo móvel, onde estão algumas fotos da juventude. Constato mentalmente as mudanças ocorridas, primeiro, as físicas, aquelas que saltam à vista. O peso, a altura, as olheiras, o cabelo, a barba.

Sento-me à secretária, com o monitor do computador à frente. Entre e-mails e redes sociais, lembrei-me das horas passadas a conversar, das cartas escritas, dos telefonemas para casa dos amigos (e amigas).
Hoje, com um toque ou dois do rato, vejo caras que não via há muito tempo, gente que há 20 anos atrás ou não veria mais ou uma ou duas vezes na vida, quanto muito.

As memórias vêm à minha mente. Encontros combinados, sdesencontros, ídas ao cinema. Sair do barco e andar durante uma hora, descer das Amoreiras aos barcos, subir a pé dos barcos ao Campo Pequeno -  às vezes para dizer olá, estar um pouco com determinada pessoa. Penso como estupidamente nos metíamos dentro duma sala escura, a ver um filme, esquecendo a possibilidade de falar. Cada um ia para a sua casa, e passávamos meses sem contacto físico, um telefonema aqui, uma carta acolá.

Hoje não. Consigo descobrir gente esquecida por mim até há um clique atrás. Deixo uma frase oca aqui e ali. Falta-me o contacto, o tempo, o falar, o ver.
publicado por wherewego às 11:54

As últimas duas séries adquiridas foram alvo de alguma ponderação. Havia algumas na lista, logo o importante era decidir o que comprar primeiro. A caixa que me falta de Rebus, com Ken Stott (a primeira com John Hannah não me chama)? Apparitions, uma série inglesa, em que o personagem principal é um ministro da Igreja? Outras (?) de que não me lembro agora....
Optei pela 6ª Season de Spooks, uma das minhas séries favoritas. Acho que o status quo dos personagens principais está inerte há muito tempo, o que é raro nesta série, e se a season anterior manteve o nível anterior, não me matou a sede como seasons anteriores.
Mas como ia comprar duas, optei por um risco ponderado, Wallander, produzido e interpretado por Kenneth Branagh.
Porquê um risco? Não é que não goste de Branagh, pelo contrário, o que se passa é que gosto demasiado de Wallander, personagem criado pelo sueco Henning Mankell, de quem já li toda a série Wallander.

Já tinha visto 4 ou 5 episódios da versão (na  verdade há duas e vi episódios das duas) sueca de Wallander, baseados nos romances de Henning Mankell. E se é verdade que há diferenças, na série de que vi mais episódios a filha já é um personegm coadjuvante, a opção não caíu na adaptação dos livros (só daquele em que a filha entra pela primeira vez como personagem principal) mecânica, mas pela evolução dos personagens, ainda que estes sejam similares aos da versão literária.


O elenco da série sueca - Ola Rapace (Stefan Lindman), Krister Henriksson (Wallander), Johanna Sällström (Linda Wallander)

Assim, depois do Wallander em DVd chegar, sentei-me, com a esposa, frente à tv e vimos o primeiro episódio.
Demorei algum tempo a entrar. Esta demora tem duas faces distintas. Por um lado,  acho difícil "entrar"  em filmes ou séries baseados em livros que já conhecemos, mais complicado será quando já vimos adaptações, que gostamos bastante. Mas quando o que estou a ver responde ao que já foi dito e é baseado numa das minhas séries favoritas, pior ainda. O espírito crítico aumenta e penso que os primeiros 15 minutos foram dolorosos para a Sara, eu resmungava, dizia que ele não reagiria assim, enervo-me porque... já vão ver.

Branagh é um actor seco, fisicamente. Ainda assim, o seu Wallander é mais gordo do que estava à espera. Talvez por ser um actor que prezo, Branagh é o suficiente para me cativar, mas a produção e a realização, bem como algumas opções de argumento deixam-me logo de pé atrás.

Noto a presença feminina de colegas da polícia, quem são? Nos livros, o mundo é masculino. Quem são estas senhoras? O que  estão aqui a fazer?
Noto a ausência irritante da identificação dos coadjuvantes de Wallander, aqui e acolá dão-nos um doce (um nome), mas parecem-nos indicar que quem interessa mesmo é Wallander, o resto é paisagem. Nos livros esta noção não é tão acentuada. Wallander é o personagem principal, mas os seus coadjuvantes nunca são atirados para o enredo como palha. Primeira dificuldade a gerir.

Psicologicamente, a personagem de Kurt está bem definida, mas ainda assim não é o polícia que eu conheço, há diferenças quanto aos livros e a série sueca, a que melhor conheço, fá-lo melhor, até mais subtilmente. Wallander nunca passaria por uma cena de violência e continuaria impávido e sereno. Quem é este Wallander?

Se na série sueca a casa de Wallander parece-me sueca, mais não seja pela presença do IKEA, aqui parece-me estilizada, nua, mas anódina.

Vimos o primeiro episódio, 90 minutos, uma hora e meia, e nessa hora e meia Wallander não ouviu música uma única vez. Quem é este Wallander? A música é o escape de Kurt, quando descansa, pensa, come ouve música. Aqui, aparentemente, não. Comporta-se como o chefe da polícia, será? Não sei. Não tenho dados suficientes para ter uma conclusão.

Há muitos dados interessantes e contextualizadores que são deixados de fora. Irritam-me. Talvez porque conheça melhor Wallander do que muitos familiares meus, e este não é o mesmo Wallander que conheço.

Acabo por decidir abstrair-me do que já li e vi. Tento perceber quem é o Wallander de Branagh. Acabo por gostar do episódio, mais pela história em bruto do que por tudo o resto. Achei a realização fraquita, Ystad podia ser uma outra cidade, num outro país, não percebo porque foram filmar para a Suécia, tirando alguns planos da natureza, nada me leva automaticamente para aquele país nórdico.


Branagh como Wallander

A escolha mais feliz no que à caracterização diz respeito tem a ver com a presença e o relacionamento de Wallander com o seu pai. O casting foi feliz, mas para além do casting é o único aspecto do argumento em que não faço ressalvas. Encheu-me as medidas.

Faltam 2 episódios. Vou vê-los (Vamos vê-los). Espero que  a série cresça. Espero que o Wallander de Branagh seja definido, claro e cresça - já que o piloto não é brilhante, é interessante, pouco mais. O que mais me fascinou foi a história em si, mas a história é uma decopage do livro de Mankell.


Praguejo pelo preço alto que a série sueca custa, por enquanto não a troco pela versão de Kenneth Branagh, a bitola ainda não foi atingida, muito menos ultrapassada.
publicado por wherewego às 11:49

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