Não sei se muitos pensarão em D. Sebastião, num dia como este. Da janela do meu gabinete, vejo uma névoa branca, que molda toda a paisagem.
Como terão ligado o nevoeiro com D. Sebastião? Porque não num dia de sol ou de chuva, por que é que ele há-de voltar num dia branco?
O nevoeiro faz-me lembrar num livro de João Aguiar, que termina com os Romanos a passarem por um rio, lá em cima no Norte, a idade não perdoa, não me lembro nem do nome do livro, nem se na passagem existe nevoeiro ou não. Mas os Romanos ultrapassaram o medo do desconhecido, dizia-se que passar o rio limpava a memória.
Duas atitudes distintas, entre o esperar por um salvador morto em desgraça ou dar o passo decisivo para o futuro. Assim como nós, portugueses, estamos hoje.