Comecemos na literatura. Em Portugal, país de leitores (ou analfabetos funcionais, ou quanto muito de compradores) gostamos de chamar alguém de escritor quando está com os pés para a cova ou quando já está a fazer de tijolo há algum tempo (que pode ir de um dia a uns séculos).
No futebol, agimos de maneira oposta, ainda o tipo corre de cueiros e já o apelidamos de o melhor de todos os tempos (idos, presentes e futuros).
Olhemos para a nossa selecção de sub21, passemos os olhos pelos jornais da semana passada (e já agora os olhos e ouvidos pela televisão e rádios) e chegamos à conclusão que temos a melhor equipa do torneio (verdade seja dita, somos sempre os melhores, qualquer que seja a competição). Depois quando empatamos com a Bélgica (ao menos foi um empate) achamos estranho. Assim como ignoramos os autores fulcrais da nossa literatura (mortos ou vivos), mas sem achar estranho.
Engraçado, não é?