04.11.04
O pediatra Mário Cordeiro defendeu hoje, em Lisboa, que os trabalhos de casa são «uma agressão aos direitos da criança» e que o desenvolvimento dos talentos criativos é essencial à boa formação dos mais novos.

No lançamento do projecto educativo «Academia de Talentos», na escola do 1º ciclo de São Domingos de Benfica, o médico salientou que a formação escolar e profissional representa «apenas dez por cento» de uma pessoa. «A condição humana não se resume a ser bom aluno ou bom profissional. As crianças não serão bons profissionais, nem pessoas completas, se não desenvolverem o seu lado artístico», afirmou.

O pediatra considerou que o exercício de «pequenos talentos», como a música, a pintura ou até a leitura, é muito importante para o mecanismo de defesa da criança e do adulto. «Quando algo corre mal podemos expressar os nossos sentimentos de uma maneira positiva. E quando nos deparamos com algum problema, nomeadamente escolar ou profissional, esses talentos são um escape e um amparo», explicou Mário Cordeiro, defendendo que, em vez dos trabalhos de casa que «são uma agressão aos direitos das crianças», que já ocupam grande parte do tempo nos estabelecimentos de ensino, é preciso «completar a escola com trabalhos de criatividade».

Para este responsável, nos dias de hoje, é «precioso» o tempo que pais e filhos passam juntos e, por isso, as conversas e a realização de trabalhos criativos em família é essencial para o bom desenvolvimento da criança.

O projecto Academia dos Talentos, da empresa LeverLida, vai trazer a cem escolas públicas e a 20 mil crianças entre os cinco e os 12 anos oportunidade para descobrir a criatividade através de actividades didácticas.

A empresa, considerando que, desde 1º ciclo, as escolas têm poucos trabalhos de criatividade para as crianças, vai percorrer o país com um autocarro baptizado com o nome «Academia dos Talentos», no qual as crianças podem pintar, fazer construções de papel e até experiências ligadas à natureza (plantações de feijões).

Mário Cordeiro justificou a sua participação no evento com a necessidade de estimular as escolas públicas para o desenvolvimento dos talentos das crianças. «Não é preciso as escolas terem orçamentos milionários para este tipo de projectos. Basta criatividade, basta por exemplo pedirem a colaboração de pessoas da terceira idade que têm enormes talentos para partilhar e que estão desaproveitados», concluiu.







18:22 3 Novembro 2004

In Expresso on-line



Concordo em parte. Admito que a escola deva ser o mais apelativa possivel. Caneco, tou a dar aulas numa escola superior e fazemos os possíveis para os alunos não acharem demasiado secante! MAs penso que devemos ter atenção a uma coisa. Caímos no risco de ser demasiados facilitistas. Não podemos esperar que sem suor, rigor, e afins (tanto dos professores como dos alunos) os resultados sejam bons - satisfatórios sim, bons não!



Alguém quer começar a discussão?

publicado por wherewego às 10:06

Apetece-me dizer muitas coisas sobre este Post. Por falta de tempo, vou deixar isso para uma próxima oportunidade. No entanto, aqui fica um Post meu que julgo adequado:

"Por esta altura, em Cabo Verde, faz um calor insuportável. Agora imagine dar 5 aulas de matemática a turmas de 44 alunos. Cansativo. O ensino faz-se apenas com um pau de giz e um quadro. Não existe manual, computadores, laboratórios, giz de côr,...
No entanto, deixe-me dizer que é extremamente reconfortante ser professor por aqui, porque os alunos ainda são respeitadores, trabalhadores e interessados.
Em contrapartida, no nosso Portugal, as novas tendências de ensino apontam no sentido em que o aluno tem de achar a escola algo divertido. Assim não se devem fazer exercícios, os alunos não devem memorizar, não se deve dar trabalhos de casa, não devem ir para a rua quando desrespeitam o professor, ...
Felizmente tenho a sorte de estas novas tendências ainda não terem chegado aqui. E você, certamente, que percebe porquê.
Mas alguém acredita que sem esforço, sem disciplina, sem memorização, sem prática e força de vontade se consegue aprender alguma coisa?"

Post publicado Coisas Breves
Quarta-feira, Outubro 13, 2004
João Narciso a 4 de Novembro de 2004 às 12:37

Eu sou a favor do TPC. Ha coisas no ensino que so la vao por repeticao, erro e correccao.
O TPC e uma boa arma quer para o professor que tem ai uma oportunidade de feedback sobre a materia que leccionou nos ultimos dias, quer para o aluno que desenvolve as suas capacidades, para nao falar na auto disciplina. O aluno que chega a casa e faz o tpc e o aluno que quando no ensino secundario ou na faculdade sabe que convem rever o que foi dado na sala de aula nesse dia.
Foi por causa de utopias como esta que li hoje neste blog que acabei por desistir do RFE...

Todos nos sabemos que o mercado de trabalho esta uma bela B$#@%@, nao podemos acabar com o Tpc, nao ter Tpc quando ja se trabalha e se finalizou os estudos foi sempre um raiozinho de sol ...

em relacao ao talento artistico, porque e que o pediatra Mario Cordeiro nao considerou que o Tpc pode ( e deve ter uma parte artistica/cientifica e de exploracao)?
bee pergunta-se quanta percentagem de accoes na leverLida nao tera o medico em questao...

bjinhus Tiagao!
~bee a 4 de Novembro de 2004 às 13:46

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