16.01.08
Mais um livro lido. Mais um livro de Henning Mankell e de Kurt Wallander, o polícia de Ystad.
Li a contragosto Dephts, também de Mankell. Cheguei ao fim com um leve sabor agri-doce na boca. Se por um lado estão lá todas as características presentes na colecção de Kurt Wallander, por outro, falta a paisagem da Skania e as personagens que aprendi a gostar. Achei-o demasiado grande, ainda que duro e dorido. Mas li mais por militância do que por prazer.
Depois descobri que este Firewall me tinha passado ao lado, e entre contos de Kurt Wallander (La Piramide numa edição espanhola), e resolvi voltar ao sul da Suécia.
E ainda bem que voltei. Firewall deve ser um dos melhores livros da série e o último romance da série, pelo menos por enquanto e cronologicamente, já que depois destes Mankell escreveu The Return of the Dancing Master (em que introduz Stefan Lindman, polícia em Boras, que entrará em Before the Frost) e Before the Frost (o primeiro romance em que Linda Wallander é personagem principal, embora o seu pai apareça muito ao longo do romance).
Firewall funciona a espaços como um resumo da matéria dada, já que Wallander ou o autor vão recordando muitos acontecimentos de outros livros, ao mesmo tempo que se mostra Wallander ainda mais nervoso, em busca de uma nova mulher na sua vida e com dificuldades no relacionamento com os seus colegas. Por outro lado, Firewall desnuda Wallander face ao mundo novo em que vivemos, o mundo das tecnologias, mas não só, que ele pouco entende.
Uma morte acidental, e um homicídio despoletam a acção deste romance, levando Wallander, mais uma vez, a questionar a natureza humana e os motivos por trás dos crimes.
Uma das melhores, (ah! que se lixe) a melhor série policial à venda de momento, e será um crime se não passarem os olhos por esta obra prima do género policial.
PS. Este senhor é um dos actores (há vários projectos) que faz de Wallander. E com ele já vi dois filmes que valem muito a pena, suecos, mas à venda no ebay, com legendas em inglês.
Parece que a BBC está a produzir alguns filmes baseados nos livros, e Keneth Brannagh será Wallander. O que me parece bem, ainda que demasiado magro para o papel.
Já agora, um pedido às editoras nacionais, edita-se tanto lixo por cá, porque não a série sueca de telefilmes de Kurt Wallander (na imagem)? Com o devido marketing tudo se vende.
9/10


publicado por wherewego às 21:07

09.01.08
A Terceira Atlântida de Fernanda Durão Ferreira é um livro interessante, sobre a possíbilidade da Ilha Terceira ser parte da mítica Atlântida.
A autora refere alguns dados curiosos na defesa da sua tese. Por um lado os dados literários sobre a localização, morfologia e dimensões da ilha; as tradições da Ilha Terceira e restantes ilhas açorianas (a tourada à corda, a justiça da noite, os rituais, o azul e o açor); as pistas para a presença humana anterior ao colonos portugueses e flamengos; e a presença de tradições atlantes, no artesanato e não só, nas ilhas açorianas.
A Terceira Atlântida é um livro interessante porque lê os textos antigos (uns mais do que outros), de Platão a autores portugueses e interpreta-os. Algumas das interpretações farão mais sentido do que outras. Umas serão demasiado inverosímeis, mas de qualquer modo não deixa de ser um exercício interessante. Tanto para o autor, como para o leitor. De qualquer modo, encaro-o mais como poesia histórica e possível, do que como realidade, mas não deixa de ser interessante sonhar estas possibilidades.
Ainda assim, neste mês de Janeiro, foi uma lufada de ar fresco nos livros que tenho em cima da cabeceira, ou no banco do carro ou na mala (tanto do carro, como da bolsa a tiracolo).
publicado por wherewego às 10:21

12.12.07
O que choca no livro Noite, de Elie Wiesel, não é o relato em si, que o faz - como outros antes e depois o fizeram. Destaco os lidos por mim, Primo Levi, Art Spiegelman, Anne Frank, Corrie Ten Boom. - mas a forma como o faz.
Noite é um relato sobre a vida (?!) nos campos de concentração, o horror e a maldade humana.
Ficaram-me 2 ou 3 aspectos do livro, para além de tudo o que escrevi atrás.
Por um lado, a bestialização do homem, presente, não só, na figura dos chefes dos barracões, mas, especialmente, na figura dos soldados; masprincipalemente na descrição dos dois filhos que atacam os pais, em nome da sobrevivência, um, na realidade, o outro, em acções e pensamentos.
Fica-me a ideia do acaso, do polícia, conhecido dopai, que lhes vai bater à janela, antes da deportação, com o intuito de os esconder. Ideia que falha por segundos. A escolha, temerária, de partir com o pai, e não ficar no hospital, com medo de ser morto, e descobrir que dois dias depois, com a chegada dos exércitos aliados, quem ficara no hospital fora resgatado.
E a ideia da perda de humanização, na figura do corpo. A última frase do livro, em que o autor olha para um espelho e não se reconhece naquela figura cadavérica.
Um livro a ler. É que há umas alimárias energúmenas que afirmam que o Holocausto nunca aconteceu. Quem nos dera (à Humanidade) e quem lhes dera (aos milhões de chacinados).
publicado por wherewego às 11:16

Ontem, andei com dois livros debaixo do braço.
Boca do Inferno (de Ricardo Araújo Pereira) e Noite (de Elie Wiesel).
Hoje, continuo com Boca do Inferno, mas passei para o 2º da trilogia/tríptico de Wiesel, Amanhecer.
A pergunta remete para o humor de um, e para o horror do outro.
publicado por wherewego às 10:56

28.11.07
Um dos futuros cunhados gozava comigo, por causa da lista de livros, aqui no lado direito.
Fazia ele um boneco meu, agarrado ao livro enquanto pagava, dando a noção de o já ter lido, enquanto o pagava.
Nada mais longe da verdade.
Na realidade sinto-me nú sem um livro. Dificilmente me apanham na fila de um banco, nas finanças ou na Segurança Social sem algo para ler. Seja jornal ou livro. Estamos, em Portugal, no reino do analfabetismo funcional.
Toda a gente sabe ler, mas poucos o praticam. Assim, como o acto de governar. Pode parecer que leio muito, talvez. Mas, em contrapartida, pouca tv vejo. Das 21h à 1h da manhã, por norma, estou no quarto, com alguns livros em cima da cama ou ao meu lado.
Ler é para mim uma aventura. Uma forma de crescer. De aprender. De viajar. De apreender técnicas. De apreender uma boa história (às vezes). De esquecer o que está à minha volta.
Adoro filmes, dvds, séries de tv. Mas não os troco por um bom livro. Há que prioritizar.
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publicado por wherewego às 10:10

02.10.07
Comprei, inicialmente para a namorada - ainda não era noiva(!), o livro de Jodi Picoult, O Décimo Círculo.
Confirmara na internet o ruído do sucesso. Bestseller em vários países procurei um livro da autora que me parecesse de temática mais difícil de abordar. Escolhi este décimo Círculo porque além do tema da violação, abordava também a temática do Inferno de Dante, daí os círculos.
Acrescente-se que Daniel, o pai da vítima, é autor de BD e o próprio livro tem dentro de si um comic book para apostar neste título. Não posso dizer que tenha saído chamuscado.
O livro é duro e cruel quando o deve ser, mas acima de tudo não trata nenhum assunto ou sentimento com paninhos quentes, não sei como serão os outros livros da autora, mas este convenceu-me.
Claro que há a noção, típica da literatura, que quanto mais desgraças acontecerem maior a libertação final para as personagens. De qualquer modo o que me convenceu foi a forma como os sentimentos são descritos, a forma como o livro é ligeiramente mais completo do que o normal, não sendo infantil. O carácter dúbio daquilo que se sente, a forma como podemos esconder a nossa personalidade e os nossos defeitos, como nos destruímos e "ressuscitamos" das cinzas, como não queremos ver a perda daqueles que amamos e a distância dos e nos relacionamentos são alguns dos temas abordados.
A ler...
(7,5 (quase oito)/10) - a arte da BD é incipiente e confusa, por vezes, e ter Lucífer de óculos escuros é simplesmente foleiro.



JP Simões é o vocalista de Belle Chase Hotel, responsável por um memorável concerto na Aula Magna e one man show por excelência, do Quinteto Tati e artista por conta próopria.
Escreveu há uns anos a Ópera do Falhado, que não li, nem vi, e editou agora, juntamente com André Carrilho, o interessantíssimo O vírus da Vida.
Pequeno livro, de curtas e mordazes narrativas, O vírus da Vida é uma crítica à actual forma de vida. Bem humorado, Jp Simões destrói a imagem feliz que temos da vida do século XXI. Pessoas que já não são capazes de viver, ainda que o tenham de fazer, sem a ajuda da tecnologia. Lê-se de uma penada, mas traz algo mais à figura artística de JP Simões. A ler.
8/10
publicado por wherewego às 11:39

19.09.07
Humanos como somos gostamos de discutir amiúde sobre o sexo dos anjos (uns mais amiúde do que os outros).
Nisto os Cristãos têm experiência. Gostamos de discutir sobre o que não tem importância, muitas das vezes.

Um dos temas mais quentes é o da adoração. Não o que é em si (que mitigaria muitas das discussões seguintes), mas o como, o porquê e o que acrescentar.
Li (reli parte) de um livro chamado Return to Worship: A God-Centered Approach de Ron Owens. O livro é epistolar e divide-se em duas partes. Na primeira lemos cartas à igreja, e tem a ver com a noção de adoração, partindo de textos tanto do Antigo como do Novo Testamento, e a segunda parte temos cartas aos líderes da igreja e aos que lideram o louvor. Parece-me um livro extremamente útil, equilibrado, e de alguém que teme a Deus.
Muitos dos temas abordados são questões que me têm inquietado ao longo dos anos, umas mais do que outras.
Owens fala do estilo, mas não se perde, do objectivo da reunião, de quem toca e canta e se são salvos ou não, da interacção entre a equipa de louvor e o pastor (temas mais recorrentes na segunda parte, como é lógico).
Um livro a ler.

Se quiserem comprar podem fazê-lo aqui ou no link acima colocado.
publicado por wherewego às 11:00

17.09.07
Li Bala Santa, o livro que continua o sucesso O Último Papa.
Depois de "explicada" a morte de João Paulo I, avançamos agora para a tentativa de assassínio de João Paulo II e para os negócios financeiros da Igreja Católica.
Há uma alteração de estilo, tornou-se mais pomposo, menos reactivo em termos de acção e mais explicativo, o que nem sempre é mau, mas...neste caso tem a ver com encher chouriços.
(A minha opinião tem a ver com este díptico)
Luís Miguel Rocha tem ideias fortes e convincentes, na maior parte das vezes. Os finais tendem a ficar em aberto, por razões óbvias. se no primeiro livro achei que Miguel Rocha poderia crescer em termos de estilo, já que havia passagens forçadas, problemas de pacing, etc. Neste livro acho que se perdeu muito do positivo, e apostou-se no tamanho. Aumentaram as passagens forçadas, há demasiadas descrições supérfluas, o formato Dan Brow (3 ou 4 acções diferentes que se interligarão lá mais para a frente) é por vezes um pouco ridículo.
Continuo a considerar o forte do livro o argumento, mas não necessariamente a concretização deste. Se gostam de teorias da conspiração e têm tempo leiam. Se não.........

5/10
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publicado por wherewego às 10:11

25.08.07
O Reino de Deus está dentro de nós, crentes. tudo o que precisamos é desacelerar o tempo humano e tirar tempo para ouvir. Deus está lá todo o tempo.
publicado por wherewego às 11:11

Qual foi a verdade básica que libertou Mª Madalena?
O reconhecimento que Deus a ama com um amor extraordinário. Ora, esse dom - não a cognição intelectual, mas a consciência da sua experiência - é mediado pelo Espírito do Cristo crucificado. A experiência pessoal viva do amor de Jesus Cristo é o poder e a sabedoria que ilumina, transforma e transfigura Mª MAdalena.
Brennan Manning - Convite à Loucura (adaptado)
publicado por wherewego às 11:07

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