Acho graça ao que as pessoas dizem sobre os meus textos narrativos. Por pessoas entenda-se os meus amigos.
Os que compraram a Callema nº1 acharam piada às Breves Narrativas, fizeram alguns comentários e decidiram discutir um ou outro texto. Na altura, os textos eram pequenos exercícios, formas de se chegar à base, construí-os todos com base numa sensação, numa ideia, numa frase. Construí o que se pode ler para dar esqueleto à raíz.
Com texto da Callema nº2, o processo foi ligeiramente diferente. Depois de ouvir críticas, decidi escrever algo que respondesse a essas críticas.
Se por um lado ouvi, de uma Professora, que era difícil escrever pouco, mas dizer muito, por outro tive algumas críticas, mais uma vez daqueles que me conhecem, que os textos eram pouco cor de rosa, negros, crítica esta com a qual discordo um pouco.
Foi esta a base de "Pós-Título: Os Três Gigantes", escrever um texto que permitisse ao leitor uma maior construção, em que não estivesse tudo descrito, e por outro lado, escrever um texto mais negro, mais triste, menos esperançoso.
E é engraçado a leitura que algumas pessoas fazem, uma amiga minha falava da ligação entre corpo e "alma"/mental que o texto traduz, algo para mim lógico e não tratado directamente ao nível da trama, mas que sobressai.
O que me apraz dizer com tudo isto, é que muitas das vezes não sabemos o que os outros vão dizer sobre o que escrevemos, nem as nossas expectativas, baixas ou altas, são muitas das vezes atingidas, para o bem e para o mal.