A arte não é bem a minha praia, tipicamente independente, mas com um toque de manga. Perco-me várias vezes porque há diferentes personagens que me parecem iguais.
A história é, aparentemente, simples de contar. Scott tem 23 anos, namora com uma miúda do secundário (Knives, de 17 anos) e mora com um amigo gay, numa casa de uma assoalhada, como a casa é pequena dormem os dois na mesma cama.
Um dia, Scott apaixona-se por Ramona, começa então a receber cartas dos ex-namorados de Ramona, para poder namorar com Ramona terá de vencer os 7 ex-namorados maléficos.
Junte-se a tudo isto um pouco de Kung Fu chunga e um sentido de humor doentio, non-sense e infantilóide e temos uma das séries mais viciantes dos últimos tempos.
Comprei ontem os dois primeiros volumes e pode ser que a época natalícia nos leve ao cinema, para ver a adaptação.
Porque é que Scott Pilgrim me agarrou? Pelo sentido de humor, há piadas ao longo de todas as páginas, umas mais escatológicas, outras mais non sense, mas a forma como vence o segundo namorado maléfico é genial, o quadradinho acima enuncia outra fórmula usada, em vez de contar o que se passou, os personagens simplesmente remetem-nos para livros passados, ou mesmo futuros.
Por outro lado, no meio do universo criado, que é tão familiar como estranho, (por exemplo, sempre que Scott vence um dos ex-namorados, estes esfumam-se e ficam em seu lugar algumas moedas - até agora, muito pouco dinheiro; outro exemplo é a familiaridade das lutas para os outros personagens, estão todos à espera, sabem todos que golpes especiais vão ser usados) há uma espécie de descrição realista de uma certa realidade, já vimos estes personagens em outro livros, filmes, séries, mas ainda assim estes são únicos.
Scott Pilgrim já me agarrou.