Deixo-vos aqui um cheirinho, para ler o resto terão de comprar, aceito encomendas, a Callema.
Confesso que tenho dificuldades em começar, por um lado sei que vai ser difícil parar, por outro há tantos caminhos possíveis.
Comecemos de diferentes formas, então…
Em Portugal, olha-se para a BD como se olha para um romance da Margarida Rebelo Pinto. Deixem-me explicar, a BD é encarada com interesse por parte de alguns, com manifesto desinteresse por parte de outros, com sarcasmo, com desprezo, com orgulho por parte de outros, que já se aventuraram naquelas páginas e ainda por outros tantos que acham que aquilo não é, de modo algum, literatura.
Em que ficamos?
Grande parte dos leitores portugueses acha a BD uma coisa para miúdos, feita por petizes que nunca cresceram, ou então para adultos rebarbados, idealizada por ressabiados, que admiram Manara.
E ainda assim, a BD é apelidada de 9ª arte (saberão os leitores enumerar as outras 8?)...
Por outro lado, nasceu no meio académico a pergunta se a BD é Literatura, assim mesmo com letra grande. Como se tudo o que não tem letra grande seja desprezável e desprezível.