13.10.07
O Canto do Jo, ainda não farto de ler posts sobre cinema/tv, convida-me a dizer os meus cinco filmes favoritos.
Ui... já vejo a dor de cabeça a chegar. Terei eu um filme favorito? Conseguirei fazer um top 5? Lembro-me da personagem de Nick Hornby em Alta Fidelidade, que faz tops 5 para tudo. Admiro-lhe a capacidade, e em abono da verdade prefiro o livro ao filme, mas não tenho essa capacidade. A ver como nos saímos, mas duvido que fale somente de 5 filmes...
Bem, voltemos à dor lacinante de cabeça. O que escolher? Isto vai ser giro...
Deixemos de fora alguns óbvios e lógicos, deixemos o clássico Casablanca, o muito adorado Lawrence da Arábia, o chocante mas elucidante Kids, o irresistível Butch Cassidy and Sundance Kid, as trilogias de O Padrinho, de Star Wars ( a original), o Eyes Wide Shut de Kubrick e mais alguns.

Começo com O Destino, filme marroquino/francês, de 1997, sobre intolerância religiosa. Seguimos um filósofo islamita que se interessa por obras cristãs e sofre por causa desse interesse. Um filme que só vi uma vez e meia, infelizmente tenho gravado em vhs, mas nem o vídeo trabalha nem a cassete se encontra em boas condições. E em DVD ainda não o encontrei, pelo menos edição portuguesa.
A frase final (ou inicial ?) deixa a mensagem: Os pensamentos têm asas, ninguém os pode impedir de voar.

O facto de haver alguns números musicais, e eu abomino filmes musicais com excepção de Moulin Rouge, e escolher este filme mostra o meu respeito pelo trabalho aqui feito.




Um dos filmes que mais me fascina pela qualidade da realização é Jaws (Tubarão I) de Steven Spielberg. Para além da história, do suspense, do humor, há uma vertente cinematográfica e sonora que se eleva a piques de qualidade muito invejáveis. E tem tubarões...
Claro que eu vejo Jaws de vez em quando, mesmo sabendo o filme quase de cor. É daqueles de que gosto muito, muito, muito. Se fosse para uma ilha deserta e tivesse a alegria de levar um DVD para ver levava este, provavemente não tomaria muito banho, mas levaria este:p
Se nunca viram (e mesmo se a resposta for positiva) o filme vejam este resumo brilhante, fenomenal em desenhos animados. O filme está todo lá.
Razão mais forte para escolher Jaws? Fácil, é o Jaws!!!






Em vez de um filme quase que escolho um realizador, Sergio Leone. Mas, depois de pensar muito fico na dúvida. Escolho Era uma vez no Oeste ou Era uma vez na América?
Escolho entre Henry Fonda (excelente no papel de Vilão), Charles Bronson e Claudia Cardinale ou James Woods, Robert deNiro, Joe Pesci, Danny Aiello e Jennifer Connelly? Hummmm.

Leone tem no western a mais longa opening scene com os créditos a rodar (cliquem para vê-la), infelizmente não conseguiu que queria, que era ter tido os seus três actores de O Bom, o Mau e o Vilão para a cena de abertura. Há Bronson num papel excepcional, o humor e a dureza, a noção que o western está a morrer. Era Uma Vez no Oeste é uma carta de amor dorida por um Leone que fez westerns melhor do que a maioria.


Mas, eu tenho uma paixão avassaladora por algumas cenas, pela beleza, pelo conjunto, pelo som, pela banda sonora de Era uma vez na América. E o final é a coisa mais saborosa que me lembro, aquele final que nos leva a pensar na forma como uma história é contada, em relativizar os sentimentos de quase quatro horas, em fazer uma vénia a Leone. Era uma Vez na América é uma experiência irrepetível. E tem uma sensibilidade que hoje é quase inexistente.



E, mesmo com a subversão das regras, ainda me faltam dois filmes. Correcto?
Então o próximo são 3:p.

Trata-se de uma trilogia de Hong Kong e que deu origem ao oscarizado Entre Inimigos. Infernal Affairs (Os Infiltrados) é uma das minhas obras favoritas. Fiquei agradavelmente surpreendido com o primeiro, o dois interessou-me ainda mais e o terceiro desiludiu-me um pouco, embora em termos de abordagem faça sentido fazer um filme mais interior, psicológico.
Já escrevi aqui sobre a trilogia, por isso não me alongo mais. Vejam, é obrigatório! Esqueçam lá o Di Caprio...







Finalmente...hummmm. Poderia falar de tantos outros. Escolher aquele ou...
Rosebud. Sabem do que falo?

É para mim, e aparentemente para muitos outros, o melhor filme de sempre. Espanta-me que um filme realizado em 1941 consiga ser tão actual, tanto no que diz ou não diz, na forma como aborda as questões, como na técnica. É brilhante.
Citizen Kane, meus amigos, ou Orson Welles.


Tenho de convidar mais cinco pessoas a nomear os seus cinco favoritos. Durante a próxima semana lanço os nomes.
publicado por wherewego às 14:09

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