11.05.07
A crónica é uma arte, acrescentar maior seria redundante.
Iniciei-me nesta arte com Os Meus Problemas de Miguel Esteves Cardoso. Lembro-me que aprendi, ri e pensei. Lendo quase exclusivamente em português existem alguns cronicadores de eleição.
Aprecio bastante Onésimo Teotónio de Almeida, Luís Fernando Veríssimo, o já citado MEC, e outros que me esqueço de momento.
Comprei a semana passada o livro (Intriga em Família) de Eduardo Pitta com os textos do blogue Da Literatura, não sendo um cronista per si, o livro tem crónicas e vale ter em papel. Não serão só crónicas, nem sei se o autor se encara como cronicador quando escreve alguns dos posts, ou se blogger será o nome mais geral e feliz para definir a autoria do que se lê. Sendo um dos meus blogues de eleição não resisti e comprei. Muitos dos textos já os lera, e alguns já os esquecera. Valem a pena!
A primeira metade do livro é mais literária, ou sobre a literatura, daí para a frente o livro vai sofrendo a alteração visível hoje no blogue. Eduardo escreve sobre tudo com saber, opinião e a sua visão. Podemos não concordar, mas teremos de ponderar sobre o ponto de vista.
Ontem, comprei a Sábado, a razão era suficiente, oferecia um livro de João Pereira Coutinho. Parece que vão oferecer mais... se forem todos tão bons quanto este.
JP Coutinho fez-me o mesmo que as crónicas de MEC há quase vinte anos, pensar, rir, quase chorar, sonhar (Hay-on-Wye) e deu-me vontade de ler mais...
João Pereira Coutinho escreve como poucos em Portugal, aprecio bastante os seus textos no
Expresso, pena que tenha de estar na mesma página que Daniel Oliveira, embora quando comparados com estes textos do livro Avenida Paulista percam. Razão? O tamanho. Do texto. Afinal o tamanho importa. Os textos de Avenida Paulista são mais longos, mas nem por isso dados a desvarios. São perfeitos, ou quase. Para mim, os do Expresso sabem a pouco, e por vezes, sabem tão a pouco que chateiam. Que me perdoe JPC. Com a oferta da Sábado tenho lido um pouco mais com prazer,pena que o livro já esteja a chegar ao fim, e que o Intriga em Família tenha ficado para trás, mas já só faltam 60 páginas...
Estes dois livros deram-me fome, fome de ler mais livros de crónicas...
publicado por wherewego às 14:37

15.02.07
Voltei a colocar o livro Crónicas de António José Saraiva (pai, não o director do Sol) debaixo dos meus olhos.
O livro tem crónicas de vária ordem, mas achei interessante as crónicas sobre o ensino e o estado do mesmo em Portugal. Parece que pouca coisa mudou.
Em As Reformas de Ensino e a Vida Nacional escreve AJS "Qual é a articulação das nossas escolas com os vários órgãos da vida colectiva? (...) que destino têm os seus licenciados? (...) A Faculdade de Letras (o artigo data de1945, a esta podia-se acrescentar, hoje, tantas outras, olhem a FCSH da Universidade Nova) é o exemplo típico de escola cujo ensino não tem sequência, nem continuidade, nem aplicação nas funções do organismo português. É como um viveiro de peixes, cujo destino é a morte ao ar livre. (...) Uma reforma não é boa nem é má em absoluto: é apenas mais ou menos adequada a uma realidade social económica e política; que corresponde às ideias dominates e ao nível de cultura de um classe dirigente; está ao serviço de interesses em jogo. Uma reforma verdadeira de ensino supõe uma reforma global da vida da colectividade: o que explica ao mesmo tempo a inutilidade de certas reformas que pretendem meter as coisas nos eixos, de alguns videntes desinteressados; e a persistência de certos órgãos e actividades aparentemente fossilizados e obsoletos" (págs.34-38).
Num outro artigo, O Liceu (de 1945) AJS discute a "cultura geral" e a necessidade desta não ser papagueada, mas sim concretizada, posta em prática, "articulação entre cultura e técnica", uma formação em vez de catequização, o ensinar a fazer e a pensar.
Pode ser que Bolonha altere um pouco o quadro nacional, mas para isso é necessário mudar mentalidades e vivências, vamos a ver se conseguimos e se ainda vamos a tempo. são muitos anos de obscurantismo educacional...
Extremamente actual, pena que ninguém o tenha levado realmente a sério. Enfim...a ler as Crónicas de António José Saraiva -QuidNovi.
publicado por wherewego às 16:41

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