1. A Escola onde trabalho pertence a um IPS, e hoje, dia Mundial do Livro, o Instituto teve uma ideia/iniciativa interessante/inteligente. Qual? Traga um livro, deixe um livro.
A ideia é o leitor (aluno/professor/funcionário) trazer um, ou mais, livro, deixá-lo na biblioteca e levar, se quiser, um outro deixado ali.
Claro (mais para quem me conhece) que a primeira coisa que fiz quando cheguei à escola foi dirigir-me à Biblioteca. Trazia dois livros na mala, um de Sam Sheppard e um livro de crónicas brasileiro, de Arnaldo Jabor, Amor é Prosa, Sexo é Poesia.
Já há algum tempo que tenho um local para os livros que não me agarraram, que me decepcionaram, de que não gostei. Decidi trazer estes dois.
Antes de os tirar, olhei para a escolha. Confesso que não fiquei surpreendido.
É normal, penso eu, que nestas situações se escolha livros que não gostamos, que já não vamos ler e um ou que se queira, simplesmente, limpar parte da estante.
Havia velhos romances de Ficção Científica, policiais de Agatha Christie aos molhos, uma cópia de O Segredo e um ou outro livro de Carl Sagan.
Coisas realmente interessantes ou novas, não muitas. Encontrar O Segredo ali despertou-me uma sensação mista, teria o depositário mostrar a sua insatisfação com a auto-ajuda de poli-chinelo (confesso a minha opinião com um termo) ou converter alguém? Fiquei na dúvida.
Quanto a mim, trouxe aqueles que me chamaram mais a atenção. A Missão de Sabriel de Garth Nix, um livro de fantasia, de um autor que conheço pouco, colmatando o desejo antigo de ler, pelo menos, este primeiro livro da trilogia. E trouxe A Máquina de Escrever de Joseph Walser de Gonçalo M. Tavares. Autor que estou a tentar começar a conhecer. Tenho Jerusalém, mas ainda não o li (está pela metade).
Dizia no início que me parece uma ideia interessante. Num mercado como o nosso, em que a venda de livros em segunda mão ainda não compensa, do ponto de vista do leitor vendedor, parece-me mais interessante a troca (mais ainda porque não implica o estar frente a frente com o outro sujeito) de livros.
É que o gosto é algo completamente subjectivo, e o livro que eu abomino anda a ser namorado por outro há muito tempo, ou, se o preferirem, há livros que desaparecem dos nossos desejos, por defeito da memória, e de repente dá-se o reencontro (o caso do livro de Garth Nix).
Pena que a Escola seja pequena, pena que a ideia não seja traduzida noutros contextos, com outros públicos. Seria um modo barato e interessante de trocar alguma bibliografia indesejada.
A repetir, digo eu!
2. Por motivos profissionais dirigi-me à Bertrand para tentar encontrar um livro. A demanda foi frutífera e ofereceram-me um exemplar da nova LER, colocada hoje à venda. Infelizmente, levava na mão um exemplar comprado (5€) e, por isso, saí da Bertrand com duas revistas iguais. Uma minha, outra para oferecer. A ignorância é realmente uma besta insensível.
3. O Público ofereceu livros da Ambar, um enorme leque de escolhas (em Lisboa, talvez) diminuído no Seixal (passei por três bancas) a duas, escolhi o único que me interessava, As Crianças e a Violência nos Ecrãs.
Se alguém ficou com o Vintila Horia e não o quiser, pode oferecer-mo. O DN também oferecia livros, mas sinceramente o tamanho da letra e a escolha deram-me a certeza que o leria na versão da web.