Ontem, não sei muito bem porquê, fui ao armário dos álbuns fotográficos e comecei a desfiar memórias com alguns anos.
Fotografias com pelo menos 10 anos de distância, algumas bem mais, em que me via com menos muitos quilos, ao lado de pessoas que vou vendo, umas mais do que outras.
Os quilos, os cortes de cabelo, a idade (porque algumas eram bem crianças ou ainda adolescentes), a falta de penugem facial ou o excesso dela, foram algumas das diferenças mais visíveis.
Depois vi pessoas que já não moram entre nós, pessoas que já não vejo há demasiado tempo, caras que marcaram, para o bem e para o mal, o meu crescimento.
Com o advento da tecnologia, com o excesso de máquinas digitais temos perdido esta alegria que é folhear papel com a marca relacional.
eu falo por mim, tenho alguns gigas de fotografias no pc, mas raramente abro o ficheiro e as vejo.
Ontem, tirei uma foto para mostrar a uma amiga, hoje com 17 anos, ali com 6 ou 7. Ela que não se lembra de mim, naquele verão, um dos primeiros como monitor, mas que me marcou o verão e a forma como se despediu de mim. "Tu és o meu melhor amigo grande". A fotografia ajudou-me a lembrar disso.