Continuo a pensar em The Hoax/Golpe quase Perfeito.
Foi dos filmes que mais prazer me deu ver nos últimos tempos. Uma das razões é ser um caleidoscópio de temas.
Interessa aos escritores e leitores. A questão da escrita, a questão do escritor (poeta) como fingidor, que finge tão completamente que chega a fingir que é dor a dor que deveras sente. Pessoa está presente no filme, como interpretação claro! A noção da mentira como verdade se for dita muitas vezes e dita convincentemente.
A questão da moral, porque nos apaixonamos pela personagem, perguntamo-nos como é que ele se vai safar e vemos que a determinada altura a imoralidade anda de mãos dadas com um lunatismo deliciosamente doido.
A queda do mundo criado que não tem nada a ver com a realidade e a forma como a realidade entra nesse mundo e o traz, Irving (por momentos?), de volta. As cenas finais intrigam o espectador, mas mostram a confusão psicológica em que Irving tinha caído. Resta ler o livro do próprio para saber se a leitura de Hallstrom é correcta e se Irving conseguiu salvar-se da patologia.
Um filme a ver...