Deixei de ser um papa filmes, para ser um papa séries.
Compradas, emprestadas ou na tv (cada vez menos, esta última opção), tenho ocupado o meu tempo frente ao ecrã desta maneira.
Ontem, não resisti a uma promoção e comprei a 5ª série de "Os Homens do Presidente" com 20% de desconto.
Já sabia que Aaron Sorkin só participou nas primeiras 4 séries, para mim o suprasumo do que se fez, faz e fará em televisão. MAs já escrevi aqui muito, se calhar demasiado, sobre Aaron Sorkin.
Daí que seja interessante ver o conjunto das personagens idealizadas por ele, escritas por outrém.
E vê-se que, pelo menos nos primeiros 4 episódios, há uma tentação de discipulado, que falha no entanto porque Sorkin só há um. Há humor, mas difere do do criador, as personagens começam a divergir, pouco a pouco, e é mesmo pouco, do que estamos habituados. Por outro lado há uma tentativa de imitar Sorkin nos momentos de amor/paixão/o que é que vamos chamar a isto, bem como, no que ele tão bem faz, de deixar algo no ar. Mas é diferente, muito diferente.
É capaz de ser difícil de explicar, mas há uma forma sorkiana, quer se goste ou não, de escrever, e já não falo da diarreia verbal per si, falo da forma de criar o argumento, de dispôr a trama, de apresentar. O que não deixa de ser interessante em Sorkin é que num episódio repleto de palavras, ha imenso tempo para a conversa corporal, para os olhos, as expressões, as mãos, a música entrarem em conversa connosco. É talvez disso que tenho notado falta, e penso que foi isso que os telespectadores americanos acusaram.
Não nos esqueçamos que estamos a falar de uma série, a 5ª, que passou há 4 (ou 5?) anos na tv americana.