Um policial de Hong Kong que falha por causa da banda sonora. Estranho, não é?
Divergence conta a história de três personagens.
Um polícia a quem a noiva desapareceu há dez anos, e que se tem mantido preso pelo sonho e desejo de a encontrar, e a que ainda a vê em todo o lado.
Um assassino profissional.
E um advogado que detesta o facto de proteger aqueles que sabe culpados.
Depois do rapto do filho de um magnata com negócios sujos, defendido pelo advogado, investigado pelo polícia e com o assassino nas imediações as três vidas começam a convergir. É interessante o nome do filme, já que a convergência é a forma como o filme nos é contado, mas no final a divergência é uma realidade.
Como dizia na primeira linha é a banda sonora que estraga o filme, e não me entendam mal, a banda sonora, clássica, é lindíssima, mas ficaria melhor num outro filme e estilo. Rouba densidade à acção, profundidde à descrição psicológica das personagens.
Um filme que prova a actual qualidade do cinema asiático (Shi-Ri, Silmido, Infernal Affairs, etc) e leva longe a condição humana.
A personagem do polícia é quase cómica porque há pouca diferença entre a dor e o riso, uma ténue fronteira, mas pungida o quanto baste. O advogado apresenta-nos uma imagem mais lugar comum, própria do cinema americano dos anos 70, que nos apresenta uma pessoa da lei entre a lei e o crime. O assassino comporta-se entre o trabalho (job) e a sua honra.
No entanto, com tantos clichés o filme consegue superar narrativamente essa fronteira, embora soçobre ligeiramente no final, e não tenha superado a péssima escolha, mas belíssima, da banda sonora.
Um filme, ainda assim, a ver.