Caro Ricardo Araújo Pereira,
comprei ontem o seu livro Boca do Inferno, e apesar de não ter nada sobre aquela maravilha da natureza ali para os lados de Cascais, não é por isso que escrevo este post.
A razão é mais forte. Sou daqueles que gostam dessa maravilhosa invenção que é o marcador de livros. Ainda assim, raramente os compro, e aproveito os que são oferecidos, nos livros, nas bibliotecas, pelas Câmaras (Municipais, pois claro), etc.
E não, não tenho nada a opôr em relação ao marcador do seu livro. É feito num material bem aceitável, com o desenho da capa e bem bonitinho. Uma boa forma de marketing, pois claro. Mas, uma forma bonita, ou "linda".
E é pelo "linda" que começo a escrever a minha preocupação.
Aparentemente, colocar um marcador num livro não tem grande arte ou saber (antes de o livro ser vendido, não fala da actividade do leitor em marcar a página).
Ora, normalmente aceito o marcador no meio do livro. O tipo (há gente que faz disto um emprego?) abre o livro, coloca o marcador, abre mais um, coloca mais um marcador, ao fim de alguns minutos vai à casa de banho e fumar um cigarro ou beber um café, e volta à penosa tarefa.
Agora, há alturas em que a posição (ou a folha) em que o marcador está colocado pode indicar alguma coisa.
Ontem, quando abri o seu livro, o marcador estava na página 14, como que indicando a página onde o livro começa.
Eu, que nestas coisas, não me dirijo pelo pensamento de ninguém e virei as páginas, simplesmente para ver se a folha de rosto estava bonita e tal. E tirando as mariquices das folhas vermelhas (Benfiquista até mais não, chiça!!!), não desgostei, confesso. Mas, vi que havia uma única crónica dividida pelo marcador.
A crónica "linda" sobre o "mais conhecido e apreciado poeta português" da actualidade, o Grande (e "lindo") Tony Carreira.
Fiquei siderado, pesaroso e ainda vou hoje às diferentes livrarias e grandes superfícies ver se a colocação do marcador foi falta de atenção ou um acto consciente. Claro, que antes de mais terei de ver onde está o marcador onde comprei o livro, não vou atacar toda a gente, quando o problema pode ser com um livreiro particular.
De qualquer modo, tenha cuidado, isto é uma atitude lamentável e xenófoba (belo nome para uma futura cria), não só para o poeta, mas para a sua crónica, as well.
Seu,