Fui ontem a um aniversário. Não de uma pessoa, mas de uma igreja.
Fez 45 anos a Igreja Evangélica (congregacional) de Paio Pires. Foi onde cresci (num sentido duplo) e onde muitos ainda me dizem que foste-te embora, ou não está cá, mas és daqui.
No meio dos beijos, abraços e passou bens ouço uma das pessoas mais querida que conheço, e das que mais gosto, me dizer que lê o blog. (A sério, penso?)
Ela é baixinha, digo-lhe a brincar (muitas vezes) que não cresceu por ter andado comigo ao colo. Lembro-me de sair da igreja em 95, e as imagens passa-me pela mente. Com a filha e a sobrinha ao colo, com o filho às cavalitas. E já passaram 12 anos. Ela relembra-me que o Tiagão nasceu com a filha dela, que me achava enorme (ainda achará:p, continua pequenina:p) e me baptizou assim. O nome foi ficando.
Lembro-me (e falava com o João que tem mais imagens que eu, fruto de mais dois ou três anos) de apanharmos as ervas daninhas com a Capitulina. De ir buscar musgo para fazer a árvore de Natal.
Lembro-me de outras coisas, de uma festa de Natal em que participava e dizer várias vezes à minha mãe para ela ir e não perceber porque é que ela não ia. De uma lembrança bem mais antiga, sentado ao colo dela e do meu pai, numa reunião. De estar sentado ao colo do Cláudio na sala de som.
De estarmos a orar e ver alguns jovens a fugir à socapa (iam ver uma série de tv ao primeiro andar).
Dos ensaios para a festa de Natal. Do Pastor Daniel a (coitado...) tentar ensinar-me a tocar bateria (a mim, que Deus não deu ritmo, nem voz). De me esconder debaixo da mesa da professora da ED, e ela a querer que eu saísse lá debaixo e eu nada (torto, torto, torto).
Da MR na reunião, com os olhos bem fechados e o corpo a balancear. Das reuniões de jovens comigo, com o João e com a Shana.
O Paulo pediu-me para ir lá à frente em nome da Igreja do Seixal, porque eu tinha saído dali. A voz tremeu, os pensamentos corriam demasiado rápido, porque não consegui me esquecer de tudo isto.
Dei saudações, mas não o feliz aniversário. Lembrei-me de pessoas que estiveram presentes naqueles 15 anos e que já não estão (umas mais definitivamente que outras). E ao olhar para aquelas caras, as da casa, senti saudades.
Parabéns e que Deus vos abençoe.