Pelo que lera e me tinham dito esperava que O Caso Jane Eyre de Jasper Fforde fosse mais situado na trama do que é, o que convenhamos não é mau.
Somos introduzidos a um Reino Unido diferente do que estamos habituados, ou melhor, estamos num universo alternativo, em que algumas coisas se parecem com o que conhecemos e outras não. A guerra da Crimeia, por exemplo, ainda subsiste e tem papel importante na acção.
Há um sem número de Departamentos dentro da Rede de Operações Especiais, sendo que desconhecemos o que faz a maior parte deles. Quinta-Feira Seguinte é a heroína, pertence ao OE - 27 (Detectives Literários) e vai tentar impedir que o livro de Jane Eyre seja reescrito como o conhecemos.
É esta, sumariamente, a trama, sumariamente e de uma forma bacoca e simples. Muito mais acontece, gente que viaja no tempo, traças que criam coisas ou ajudam pessoas a entrar em livros.
Há pouco escrevia no Facebook que não sabia se tinha gostado muito ou pouco, sei que gostei, talvez porque por uma das descrições tivesse imaginado algo completamente diferente e porque estou à espera de ler os seguintes para formar uma opinião mais coerente.
Aquilo que fica por enquanto é o amor pela literatura e o gosto de imaginar a história e os finais de algumas obras. A oportunidade de discutir a literatura, amarrada quase por completo (a discussão) nas salas de aulas das universidades. A incompreensão pelo final (as opções do autor) de determinada obra e a oportunidade de o leitor ir reescrevendo a seu bel-prazer aquilo que lê.