A esta horao estomago ainda está a dar de si, a bílis deve dar uma azia dos diabos e o sabor a fel é uma realidade incómoda.
Como podem ter escolhido o fascista filho da mãe em vez do meu camarada?
É óbvio que escrevo daquilo que me manteve acordado até perto das 2h da manhã. Claramente que a vitória de Salazar trouxe algum incómodo não só aos convidados do programa, como à própria apresentadora e também à RTP.
Não nos esqueçamos de que falamos de um programa de televisão, com pouco mais de 200.000 votantes.
Não sei se é um sinal de Portugal, concordo com a opinião de alguns dos elementos do programa que muitos anti-salazaristas terão, eles próprios, votado em Salazar. É, assim, um sinal de descontentamento para com o país e os políticos que temos. É um sinal de que o país de Abril foi/é um fracasso. Mais do que estudar a pessoa política e o próprio Estado Novo o que se impunha é uma mudança de rumo, um período de nojo perante o povo, é reconhecer o que se pode fazer em conjunto e deixar de parte as quezílias políticas do dia a dia.
Eu sei, eu sei...utopias.
Por um lado, irrita-me, embora compreenda, a bílis de Odete Santos. Não porque não a compreenda, não porque seja fascista, mas porque nas críticas feitas não reconhece o erro igual do comunismo. Quando Odete falava e descrevia o Portugal de Salazar não era preciso fazer muita força para imaginar que a deputada também falava de Cuba, Urss, China, embora a mea culpa seja uma impossibilidade, e é aqui que nasce a fraqueza da sua argumentação.
Por outro, parece-me que o comunismo é uma religião, um fanatismo que impede os seus membros de pensar criticamente.