Pedro Costa ganhou o reconhecimento americano, em Los Angeles, onde o seu filme, Juventude em Marcha, foi considerado o melhor filme independente estreado este ano nos EUA.
Ora, gostos não se discutem, lamentam-se e deixem-me lá dar, por obséquio, a minha opinião.
Desde já, esclareço que não vi o filme em causa. Fui ao cinema ver o Ossos, e a senhora olhava para mim, atónita, enquanto lhe dava algumas razões para me devolver o dinheiro gasto no bilhete, após a projecção deste.
Com base no Ossos tenho algumas dificuldades com o cinema de Pedro Costa. É demasiado contemplativo. Venham as más línguas dizer mal do Manuel de Oliveira, falar da dezena de minutos que a árvore lhes é mostrada, que eu amarro-os e levo-os a uma sessão (bem amarrados e mal aconchegados) de Ossos. Na minha óptica quase nada acontece em Ossos, para outros essa é uma das suas qualidades, a forma como nos mostra a realidade e nos dá um murro no estômago. Pois sim, murro no estômago queria eu dar, aos cinéfilos que deram mais de uma estrela ao filme, à senhora que me dizia que não me podia devolver o dinheiro do bilhete (não, não bato em mulheres. Mas, ficam a ver o que o filme pode fazer a um gajo).
Depois, há os diálogos, riquíssimos e abundantes (obviamente que é o contrário que acontece).
"Olá!"
"Olá!"
"Tás bom?"
"Tou. E tu?"
"Também"
"Que fazes?"
Seis frases que levarão em média cerca de 10 minutos a serem ditas e absorvidas pelo espectador. Manuel de Oliveira, o tanas!
10 minutos? Para um diálogo destes?
Voltando ao início. Pedro Costa ganhou um prémio. Parabéns!
Parece que houve uma enorme ovação, nos EUA, após o visionamento do filme. E que tem isto de extraordinário? Também eu fiz uma festa do catano quando o filme acabou. E não foi por ter gostado do mesmo.
Enfim...se o tipo é tão bom, dêem-lhe umas coroas, deixem-no filmar por aí e batam-lhe palmas. Mas, não nos tentem convencer de nada. Não é preciso. Eu, já estou convencido.
Estuchas destas, nem morto.