Não percebo a celeuma em torno do vetusto Nobél (como ele gosta de proferir e os outros de repetir). Nada do que ele diz é novo.
O velho comunista teima em divulgar o seu ódio para com a religião, ou religiões, ainda que o conhecimento, o bom senso ou a cagufa o impeçam de proferir ataques contra os maometanos. Poderá ser uma questão cultural, talvez...
Saramago afirmou que o mundo seria melhor sem religião, que os homens seriam mais felizes, afirmação polémica, mas mais polémica na boca de um comunista. O que teria sido do Século XX sem os comunistas? Talvez não um céu na terra, mas melhor seria. Saramago gostava que tivéssemos da religião o mesmo sentimento abjecto que ele tem, que aparentemente diminui o homem, que estupidamente acredita num ser omnisciente, omnipotente e bondoso. A dificuldade de Saramago está na leitura (contradição interessante num escritor) que ele faz das Escrituras Sagradas. Confesso que entre a leitura das Sagradas Escrituras e as práticas comunistas me revejo mais na primeira. Alguém dizia que o mais fácil de comprovar na humanidade é a doutrina do pecado universal.
Saramago prega contra a religião e contra a existência de Deus (ou deus na sua versão) que ele não compreende, acusa a religião de tudo o que de mal acontece(u). Isto vindo de um membro destacado de um Partido que engole, cospe, ataca e persegue todos aqueles que (no seu seio) ousam pensar de forma diferente. Vindo de alguém que defende o comunismo, esquecendo todas as atrocidades cometidas nos últimos cem anos.
Não me chocam as afirmações de Saramago, chocam-me as atenções que damos a um velho comunista, incapaz de pensar o mundo de outra forma que não daquela a que foi ensinado.
Mas fico feliz, teria medo se depois do 25 de Abril o comunismo tivesse triunfado, como era pretensão de alguns, em Portugal.
Seríamos mais felizes, livres e cultos com senhores destes no poder? Parece-me que não.