A TSF discutia hoje com os seus ouvintes a praticabilidade de inovações tecnológicas no futebol.
De chips para a bola a passar por um árbitro com uma televisão à frente para melhor discernir a jogada.
Sabemos que a UEFA é, tristemente, contra esta parafernália de possibilidades tecnológicas, que desvirtua o jogo dizem eles.
Parece-me que o problema, como sempre, é o dinheiro.
Em situações normais o jogo da Reboleira teria terminado com a vitória da equipa da casa. Já imaginaram o rombo financeiro que seria para a Liga e para a Carlsberg uma primeira edição da Taça da Liga sem FCP e SLB? A questão é financeira. As decisões polémicas, com excepção dos derbis, favorecem sempre um grande, mesmo que este não esteja presente no jogo. O dinheiro movimentado por determinado clube grande (através de adeptos e simpatizantes) nos estádios e nas receitas televisivas é enorme. Daí que em vez de se lutar pela verdade desportiva, levanta-se para que todos vejam a ideia da virtude do jogo. Haverá virtude sem verdade? Ou desde que um grande ganhe há virtude?
Gostamos de criticar os americanos, mas com excepção do golf e do baseball (para mim, pelo menos) as regras dos desportos foram feitas tendo em conta o prazer do espectador.
Daí a míriade de árbitros nos jogos de basquetball (que mesmo assim erram), a possibilidade de pedir imagens da TV em questão de dúvida da decisão do árbitro no Futebol Americano (com possibilidade de ver agravada a posição da equipa se a decisão tiver sido a correcta), acrescentado a isto a possibilidade existente nos jogos de râgueby que o árbitro tem de pedir ajuda a outro árbitro que com a ajuda de uma televisão decide determinada jogada.
Em Portugal, e no resto do mundo, estas questões futebolísticas são (de)terminadas com a expressão "o árbitro é humano, logo erra".
E então?
Se de vez em quando, ao ir ao Banco o funcionário se enganar e me sonegar 5€, eu não fico quieto, pois não? Nem acho normal? Já que toda a gente é humana e erra...
Havendo a possibilidade de mitigar o erro (não terminá-lo) porque é que se há-de protelar esta situação?
Termino por onde comecei. Os clubes grandes movimentam milhões, directa e indirectamente. Uma final da Liga dos Campeões entre o Rosenborg e o Besiktas? Uma final da Liga entre o Leixões e o Setúbal? Perdem todos. E isso não interessa a ninguém. Clubes, Federações e Ligas, Televisões, patrocinadores e promotores.