O humor é feito de expectativas, e de gostos. Já agora de capacidade de previsão.
A verdade é que o hiato de um ano de Gato Fedorento tinha deixado um vazio enorme, pelo menos até começar Os Contemporâneos.
O humor é igual? Não é... O formato é diferente. O estilo é diferente. E neste momento os soquetes de Os Contemporãneos são menos expectáveis, menos lógicos.
Confesso que nunca adorei os Gato. Fui gostando. Sempre achei que tinham mais piada com pouco dinheiro, do que com muito. Na RTP havia dois ou três sketches com piada, era uma questão de arranjo do produto final.
Na SIC não há o peso da audiência, essa acaba por aparecer. Quando se lembrarem de lá colocar o Camilo, então serão vencedores.
Ontem foi complicado. Achei duas ou três ideias muito boas, mas o produto final fraquinho (e deve ter sido dos poucos programas em que o não apelidaram de tal).
Claro que a pergunta coloca-se: é Zé Carlos um mau programa de humor? Não, não é. Comparado com os programas de humor da restante tv portuguesa, de modo algum.
Mas se calhar sofre com o peso de toda uma cartilha humorística já produzida por eles.
É constrangedor quando eu adivinho a punch-line, e ontem aconteceu várias vezes. O humor socorre-se desse facto. Inovar. Enganar. Adiar o esperado. Ontem aconteceu poucas vezes.
Que me desculpem os fãs, mas neste momento prefiro Os Contemporâneos.
Para que conste, eu gostava de não preferir nenhum.